domingo, 19 de setembro de 2010

REDE BRASILEIRA DE HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL DA SAÚDE SE REÚNE NO RIO

No dia 22 de setembro acontece no Museu de Imagens do Inconsciente a reunião presencial da Redebra HPCS. A Rede é um nó da Rede Latinoamericana e do Caribe de História e Patrimônio Cultural da Saúde, que já congrega 14 países.
Instituições possuidoras de acervos museológicos, bibliográficos ou arquivísticos, bem como instituições destinadas à pesquisa e divulgação do Patrimônio da Saúde fazem parte da Rede, que está em processo de ampliação, permitindo a adesão de novos associados.
A Rede pretende o fortalecimento e integração da história e do patrimônio cultural com as políticas e serviços em saúde, permitindo contextualizar sua atual realidade e favorecer o debate sobre as conquistas e desafios, a importância da participação social e o reconhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como patrimônio público.
A Rede oferece em seu portal uma série de bases de dados e informações para pesquisadores e interessados no tema.

Para saber mais sobre a rede, acesse
http://www.redebrahpcs.saude.gov.br

II SEMINÁRIO DE INVESTIGAÇÃO EM MUSEOLOGIA DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA E ESPANHOLA

De 27 a 30 de Setembro de 2010 - Buenos Aires, Argentina.
O encontro é realizado pelo ICOFOM-LAM – (Conselho Internacional para Museologia – Seção América Latina) e a Universidade do Porto.
Com o objetivo de destacar o valor, a diversidade e o impacto global do patrimônio (cultural e natural, material e imaterial) prevê-se definir e desenvolver o conhecimento sobre o estado da arte e as potencialidades da museologia nos países de língua Espanhola e Portuguesa. Pretende-se, ainda, destacar o importante papel do museu como um fator de desenvolvimento económico e social das diferentes comunidades no desenvolvimento humano.

Temas abordados:
· Função social do museu no desenvolvimento ético da comunidade
· A responsabilidade do museu e seu compromisso frente às mudanças sociais
· Museus inclusivos: pluralidade e diversidade cultural
· O multiculturalismo: representação e acessibilidade
· Museu como espaço de desafio e instrumento de transformação
· A influência do patrimônio material e imaterial no cotidiano
· Estratégias para a promoção e proteção do patrimônio material e imaterial

Os resultados e recomendações do encontro serão enunciados na Carta de Buenos Aires.
Para saber mais, acesse:
http://www.icomargentina.org.ar/eventosi.php#241

CÂMARA DOS VEREADORES PROMOVE FÓRUM SOBRE TOMBAMENTO

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro promoveu nos dias 15 e 16 deste mês de setembro o V Fórum de Cultura, com o título “TOMBANDO PARA NÃO TOMBAR”. No encontro foram abordados os aspectos históricos, jurídicos e políticos do tombamento para um público de aproximadamente 50 pessoas. Entre os palestrantes os integrantes do CCEMP Julia Wagner Pereira e Eurípedes Júnior além de Guilherme Mendonça, colaborador do9 CCEMP desde sua fundação.
Também apresentaram aspectos do tombamento Leonardo Marques de Mesentier, arquiteto do IPHAN e professor da Escola de Arquitetura da UFF e o Sub-secretário de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana e Design, Washington Fajardo.
O evento foi uma iniciativa do Verador Reimont e estará disponível na íntegra em DVD produzido pela Tv Câmara. Para adquiri-lo contate o emeio reimont@reimont.com.br.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Fórum Educação Afirmativa Sankofa

O Fórum Educação Afirmativa Sankofa é um espaço para discussão e debate sobre políticas afirmativas de diversidade e inclusão no ensino brasileiro em todos os níveis, contemplando a população afrodescendente e sua história e cultura, em quatro sessões nas tardes dos dias 7,8,9 e 10 de junho.

Arquivo Nacional, Praça da República (Campo de Santana).

http://www.ipeafro.org.br/

quinta-feira, 18 de março de 2010

Projeto Cultne

Com câmeras na mão há 30 anos, um brasileiro e uma inglesa lançam em março o projeto Cultne, o maior acervo digital de cultura negra do País.O brasileiro Filó Filho (Cor da Pele Produções) e a inglesa Vik Birkbeck (Enúgbarijo Comunicações, que significa “boca coletiva”, em iorubá) vivem com uma câmera na mão e há três décadas estão ligados à cultura negra brasileira. Com olhares diferentes sobre um mesmo foco, os dois estão digitalizando todo o seu acervo e colocando no site www.cultne.com.br. Serão cerca de mil horas de imagens, gravadas originalmente em VHS e disponíveis na Internet para visualização e download.

Em www.cultne.com.br, é possível ver depoimentos de personalidades como Pelé, Abdias do Nascimento, Gilberto Gil, Lélia Gonzales, Paulo Moura, Ruth de Souza, Zezé Motta e Grande Otelo, além da campanha feita para o centenário da Abolição em 1988. Há imagens de Nelson Mandela; Desmond Tutu; além dos bastidores da gravação do clipe de Michael Jackson, com o Olodum, na Bahia, em 1996, registrados por Vik; e do show de James Brown no Rio de Janeiro, em 1988, exibido no programa Radial Filó, apresentado por Filó Filho, na extinta TV Rio, na década de 80.

O lançamento oficial do site do acervo www.cultne.com.br está marcado para o dia 23 de março, com a projeção das imagens digitalizadas e palestra e debate alusivos à cultura negra no Cinema Odeon (Praça Mahatma Gandhi, 2 – Cinelândia). Nos dias 24, 25 e 26, o ciclo de palestras e debates continua no Cinema Nosso (Rua do Resende, 80 – Lapa), com entrada gratuita. Entre as presenças confirmadas estão, além de Vik e Filó, Antônio Pitanga, Zulu Araújo (presidente da Fundação Palmares), Carmen Luz (diretora do Centro Coreográfico) e Ras Adauto (cineasta brasileiro radicado em Berlim, que criou a Enúgbarijo Comunicações com Vik). No dia 27, o evento será encerrado com a festa Usafricarib, no Estrela da Lapa (Avenida Mem de Sá 69 – Lapa), com ingressos à venda no local. A íntegra da programação está disponível no site.
O projeto é uma realização do Celub (Centro de Cultura Urbana) e tem o patrocínio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro. Vale apenas participar.

Fátima Malaquias
Secretária do CEDINE

http://www.cultne.com.br/

Os perigos da história única


Chimamanda Adichie: O perigo da história única



O futuro das sementes

"É hora de colocar de novo os pés na terra. Quiseram nos separar dela por paredes, cimento, sapatos e sintéticos, mas fracassaram. Ainda temos que nos alimentar, ainda é a terra, a água, o sol e o ar que provêm nossos alimentos. A comida, nossa conexão com a realidade, agora tem que ser transformada. Não mais as colhemos do solo, as coletamos nos supermercados, sem folhas verdes, envoltas em um asséptico plástico." La Revolución de la Cuchara (Colômbia)

Leia o artigo:
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2010/03/466405.shtml

quarta-feira, 17 de março de 2010

Aprovação do Plano Nacional de Cultura

Prioridade da II CNC, Plano Nacional de Cultura é aprovado na Câmara dos Deputados.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCCJ), da Câmara dos Deputados, aprovou na tarde desta terça-feira, 16 de março, o Projeto de Lei nº 6.835/2006, que aprova o Plano Nacional de Cultura (PNC). O texto prevê diretrizes, objetivos e ações na área da Cultura para a União, os estados e os municípios, tornando a política cultural uma política de Estado. Essa é a primeira vez que o país consolida um planejamento de médio e longo prazo para esse setor. São dez anos, no total, com revisão a cada quatro. A aprovação é definitiva na Casa legislativa e a proposta vai, agora, para o Senado Federal.
Conheça as cinco diretrizes do Plano Nacional de Cultura:
1. Fortalecer a ação do estado no planejamento e na execução das políticas culturais, intensificar o planejamento de programas e ações voltadas ao campo cultural e consolidar a execução de políticas públicas para cultura;
2. Reconhecer e valorizar a diversidade e proteger e promover as artes e expressões culturais;
3. Universalizar o acesso dos brasileiros à arte e à cultura, qualificar ambientes e equipamentos culturais e permitir aos criadores o acesso às condições e meios de produção cultural;
4. Ampliar a participação da cultura no desenvolvimento socioeconômico sustentável, promover as condições necessárias para a consolidação da economia da cultura e induzir estratégias de sustentabilidade nos processos culturais; e
5. Estimular a organização de instâncias consultivas, construir mecanismos de participação da sociedade civil e ampliar o diálogo com os agentes culturais e criadores.

A aprovação do Plano Nacional de Cultura foi um das 32 prioridades da II Conferência Nacional de Cultura (II CNC), finalizada no domingo, 14 de março, em Brasília. Desde suas etapas preparatórias, o evento reuniu mais de 220 mil representantes de todo o país para elaborarem estratégias para a política cultural brasileira.
O texto do relator, deputado Emiliano José (PT-BA), passou em votação unânime da CCJC. Agora, depois do prazo regimental de cinco dias para recurso, segue para tramitação no Senado Federal, sem passar pelo plenário da Câmara dos Deputados. Se aprovado nas Comissões de Educação e Cultura e de Constituição, Justiça e Cidadania, segue direto para a sanção presidencial.
Logo após o final da sessão, o deputado Emiliano José declarou que esse é um ganho para os produtores, para os criadores, mas principalmente para o povo brasileiro. “Aqui, fazemos a política cultural ganhar corpo e financiamento efetivos”, disse.

Desdobramentos
Depois que o PNC entrar em vigor, estados e municípios poderão aderir ao Plano, comprometendo-se, assim, a elaborar seus planos locais. Para isso, contarão com apoio técnico e financeiro do Ministério da Cultura.
“Com isso, iniciaremos uma nova etapa na política cultural brasileira, que é a responsabilização de todos os entes federativos e a participação concreta da sociedade. Outras políticas, como saúde e mais recentemente a assistência social, têm nos mostrado que, só quando ações e metas são compartilhadas, temos bons resultados”, afirma o coordenador-geral de Acompanhamento da Política Cultural do MinC, Maurício Dantas.
Um próximo passo será a criação do Sistema Nacional de Cultura (SNC), que estabelecerá mecanismos de gestão compartilhada entre os entes federados e a sociedade civil. A Proposta de Emenda Constitucional que institui o Sistema, a PEC 416/2005, também está em tramitação na Câmara dos Deputados.
No que diz respeito a financiamento, o Fundo Nacional da Cultura (FNC) será a principal fonte de recursos. O repasse para estados deverá ser feito, preferencialmente, para os fundos estaduais.
O texto aprovado nesta terça-feira na Câmara dos Deputados é resultado de um esforço da Comissão de Educação e Cultura e do Ministério da Cultura em ouvir a população. Ao longo de 2008, foram realizados 27 seminários nos estados e no Distrito Federal, com caráter de audiência pública, para aprimoramento do texto original do deputado Gilmar Machado (PT-MG). Participaram dos encontros mais de cinco mil pessoas.
Saiba mais sobre o Plano Nacional de Cultura: blogs.cultura.gov.br/pnc.
Leia, também, a seguinte notícia: Câmara aprova Plano Nacional de Cultura (Agência Câmara).

(Texto: Ismália Afonso, Ascom SPC/MinC)
(Fotos: Rafael de Oliveira Souza, Comunicação Social/MinC)
Publicado por Sheila Sterf/Comunicação Social
Categoria(s): Notícias do MinC, O dia-a-dia da Cultura
Tags: Aprovação na CCJC, Câmara dos Deputados, FNC, II CNC, Ministério da Cultura, PL 6835/2006, Plano Nacional de Cultura, políticas públicas, SNC

Concurso de Redação Camélia da Liberdade

O concurso de redação “Camélia da Liberdade 2010” será lançado no primeiro trimestre deste ano, dia 11 de março de 2010. O tema das redações será “João Cândido – O Marinheiro da Liberdade. 100 anos da Revolta da Chibata”. O lançamento do concurso será durante o seminário sobre a Lei nº 10.639/03 destinado a professores do Ensino Médio, estudantes da área de Educação e educadores do movimento social.

O Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) promove o concurso “Camélia da Liberdade” há cinco anos no estado do Rio de Janeiro e já está na sua terceira edição para o estado de São Paulo. Voltado para implementação da Lei 10.639/03 que propõe uma revisão de conceitos e valores éticos, sociais, culturais, históricos e de responsabilidade social tanto de professores, quanto de alunos e gestores na área. É direcionado aos alunos do Ensino Médio nas redes públicas e privadas e núcleos pré-vestibulares comunitários no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, nos âmbitos municipal, estadual e federal.

A organização atende diretamente um total de 750 escolas de ensino médio nos três estados, desenvolvendo o tema das relações raciais no contexto da lei. Todo material de estímulo e reflexão é elaborado e publicado pelo CEAP.

Em cada escola e núcleo pré-vestibular será feita a distribuição gratuita do material didático produzido pelo CEAP. As instituições participantes fazem uma seleção interna para escolha da redação que irá representá-la.

Para maiores informações:
http://www.portalceap.org/concurso-de-redacao-camelia-da-liberdade-edicao-2010.html

I Ciclo de Encontros da Revista África e Africanidades

Projeto Parabólica da Fundação Cultura Palmares

Prezados,
apresentamos e convidamos vocês à participação e divulgação do Projeto Parabólica da Fundação Cultura Palmares. No Rio de Janeiro o encontro acontecerá nos dias 5 e 6 de abril de 2010, com a presença do Presidente Zulu Araújo na abertura.
Será uma chance de conhecer as oportunidades de apoio para os projetos de Cultura Afro-brasileira.

As inscrições são online e já podem ser realizadas no site da palmares:
http://www.palmares.gov.br/106/10602002.jsp?btGravar=Sim

Em breve divulgaremos o local da realização.

Apresentação
O Projeto Parabólica tem por finalidade promover o diálogo direto entre o governo e os agentes sociais interessados no desenvolvimento de políticas públicas e projetos que promovam e disseminem a cultura afro-brasileira. Coordenado pelo Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP), da Fundação Cultural Palmares (FCP), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), o Parabólica visa buscar caminhos diretos e simplificados para viabilizar a ação interativa e dinâmica da cultura negra.
Com a criação deste projeto será possível construir uma metodologia participativa entre a FCP/MinC e os interlocutores civis, tornando viável a formulação e execução de políticas públicas de forma democrática. Inúmeras são as demandas que a FCP recebe para o desenvolvimento de parcerias, convênios, consultorias e/ou apoios diretos e o suporte a essas demandas pode ser dado de várias formas, não apenas financeiro.
O Parabólica acontecerá em dez capitais com o objetivo de orientar gestores e técnicos de instituições de cultura afro-brasileira, agentes culturais, políticos, artistas e produtores, a fim de garantir sua participação nas seleções por meio do poder público, assim como informá-los sobre formas e possibilidades existentes de financiamento da cultura. Para isso, será realizado um ciclo de palestras com orientações básicas a respeito da elaboração de trabalhos e captação de recursos.
Os estados foram selecionados a partir de uma pesquisa quantitativa de projetos recebidos pela Fundação nos últimos dois anos. Essas escolhas foram realizadas por meio de um mapeamento dos estados que mais apresentaram projetos ou buscaram informações junto à Fundação, incluindo os candidatos a editais e seleções públicas.
Por que Parabólica?
A Parabólica é uma antena refletora utilizada para a recepção de sinais de rádio e TV. Ela reflete o sinal que vem do espaço em todas as direções para o centro da antena, onde está o captador. Logo, o Projeto Parabólica terá de captar informações vindas de vários estados, trazendo-as ao centro da discussão na FCP.

terça-feira, 16 de março de 2010

I Festival Internacional de Cine-Rebelde

Convite
A Cooperativa de educação popular Movemente, tem o prazer de convidá-lo (a) para o I Festival Internacional de Cine-Rebelde que acontecerá entre os dias 19 e 26 de março no Rio de Janeiro, com exibições de filmes, oficinas e debates, franqueados ao público. Em busca de formas de rebeldia atuais, nos juntamos aos que ocupam a cidade, contrapondo-se a privatização dos espaços. O Cine-Rebelde questiona a segregação e aposta no encontro, realizando-se em locais de referência aos movimentos sociais e em salas do circuito alternativo de cinema. Consideramos o cinema como um dispositivo poderoso para contribuir nesse discussão. Como destaque, a estréia de dois filmes de jovens cineastas brasileiros. Veja a programação completa em: http://www.festivaldecinerebelde.blogspot.com . O Festival se insere também nas atividades do Fórum Social Urbano.

segunda-feira, 1 de março de 2010

2009: Um ano em estado de choque

Por JOÃO TANCREDO*

No último dia 05 de janeiro a chamada “Operação Choque de Ordem” completou um ano de sua implantação pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. O programa, carro-chefe da administração Eduardo Paes, traz em seu bojo a elitista bandeira de expurgo da desordem urbana, com um conjunto de medidas de maior severidade com o trânsito de veículos, remoção de moradias “irregulares”, repressão sistemática aos trabalhadores informais e remoção arbitrária de população de rua. O plano seria minuciosamente orquestrado pela logística de apartheid gestada pela recém-criada Secretaria de Ordem Pública, contando com a rápida duplicação da Guarda Municipal, agora ainda mais treinada para desferir choques.

Em relatório datado no dia 27 de dezembro, a Prefeitura divulgou o balanço dos “feitos” da dita operação durante seu ano inaugural. Os dados impressionam, são 743.559 multas e 25.570 veículos rebocados, durante as operações Choque de Ordem. Também durante o ano, a Secretaria demoliu 1.167 unidades construídas, entre elas, 60 prédios, 28 casas e 248 barracas de comércio informal. Com relação à apreensão de produtos piratas, houve um aumento de 546% no volume de material recolhido, em comparação com o ano de 2008. Ou seja, foram apreendidas mais de 357 mil mídias, enquanto que no ano passado as apreensões ficaram em torno de 65 mil mídias.

O esforço hercúleo da operação busca em última instância transfigurar a cidade, que historicamente convive com o mercado informal. A informalidade é parte da identidade da cidade, fruto de um Estado corrupto, elitista e ineficaz. Assistimos à ânsia de aprofundar o modelo que aposta na segregação social ao invés da inclusão, de incremento da política criminal repressiva ao invés de políticas públicas de cidadania, como saúde, educação, trabalho e moradia. É o total desprezo pela concepção de cidade democrática para a satisfação de interesses mercadológicos.

A vinda de grandes eventos de renome internacional como a Copa do Mundo e as Olimpíadas voltam a atenção do capital transnacional para o Rio de Janeiro. A empreitada frenética ambiciona maquiar a cidade para os olhos dos turistas, “jogar a sujeira para debaixo do tapete”. Expulsar os “sobrantes” da sociedade de consumo para os guetos mais distantes do centro e dos bairros nobres, entulhá-los nos presídios e unidades de internação de crianças e adolescentes (os verdadeiros projetos habitacionais para a pobreza na atualidade), e recolhe-los forçadamente nos abrigos precários. Longe de uma cidade para tod@s, a ordem é de impor uma cidade para poucos. Até quando ficaremos em estado de choque diante do florescimento do fascismo social na “Cidade Maravilhosa”?

*Presidente do Instituto de Defensores de Direitos Humanos

Fonte: Agência de Notícias das Favelas.
http://www.anf.org.br/2010/02/26/2009-um-ano-em-estado-de-choque

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Política da Esperança Não Será Televisionada

Por Por Pablo Robles*

É difícil viver sorrindo em um mundo estampado de tristezas, tragédias e
mentiras. Abrimos a televisão e o que vemos e ouvimos, não poucas vezes, é
puro lixo, da pior espécie, pois além de não poder ser reciclado em
informação nem conhecimento, contamina e apodrece a consciência; a sua, a
minha, a nossa consciência – um tanto quanto inconsciente.

Concluímos que não dá para continuar com a bunda anexada ao sofá, assistindo
de camarote os absurdos disparados dia após dia pela mídia, enquanto o mundo
vai adoecendo, estremecendo e afundando, de omissão em omissão. Quantas
drogas são necessárias para se ignorar o drama da realidade? Quantos vícios
precisam ser fabricados ou reeditados para que nossos sentidos mantenham-se
imunes e indiferentes aos problemas dos outros?

Pessimismos e descalabros à parte, é proibido esquecer que a magia da
esperança dança, feito criança pura, em todo lugar do mundo, em cada ternura
da gente, nas epopéias e agruras dos povos, apesar dos tropeços e recomeços
de suas revoluções, ideologias, instituições e nações. Sem esperança, o amor
não tem cura e a paz nunca dura.

Não deixem que a sensação de fracasso e a epidemia da perdição escureçam
seus passos, suas luzes, seus impulsos regeneradores de rebeldia e ousadia,
sua vocação humanitária, seus ideais de melhoria embalados pela dança da
mudança, aquela que jamais se cansa de avançar, de ensinar e de nos convidar
a encarnar suas coreografias.

Para que novos valores, paradigmas e civilizações floresçam, urge que
reciclemos nossos olhares, revisemos nossas decisões e repensemos nossas
atitudes, antes que até a esperança desista da humanidade – ou pelo menos do
pouco dela que conseguimos reter no decurso de nossas indevassáveis
monstruosidades. Ninguém pode se dar ao luxo de nascer e conviver em
sociedade para não fazer nada pelo bem-estar da coletividade.

Sem os políticos que dizem (retoricamente ou não) nos representar, o
cotidiano seria refém do caos e as relações se rebaixariam a uma disputa
infinita e incontrolável de interesses. No entanto, sem a devida
participação ativa dos cidadãos comuns na formulação, acompanhamento e
fiscalização de suas próprias demandas e aspirações coletivas, a população
civil não passaria de uma massa servil, amorfa, desprovida de consistência
crítica e substância autônoma.

Esse é o tipo de “povo” que as TVs, em geral, buscam forjar: um povo bobo,
tangido pelo medo, identificado globalmente pela negligência local. E o
grande problema é que essa mídia tradicional, conservadora, parcial,
elitista, sensacionalista, entreguista – dogmaticamente privada e sutilmente
golpista – busca nos governar (ou “desgovernar”) a qualquer custo, filtrando
e transmitindo apenas o que lhes convém e deformando o resto.

Não basta simplesmente entrar no ringue das baixarias e competir com a
oposição quem tem mais “denúncias na manga”, quem fede e vacila menos, quem
sai menos mascarado na foto, quem reúne mais pontos em sua biografia. Chega
de dejetos. O Brasil precisa é de projetos que levem seus moradores a
patamares ainda mais sólidos de inclusão social, cuidado ambiental, equidade
econômica, democracia científica e grandeza ética.


*do blog Grito Pacífico
http://gritopacifico.blogspot.com
http://gritopacifico.blogspot.com/2010/02/politica-da-esperanca-nao-sera.html
"mudando o mundo com você"

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mobilização popular no Haiti - Exigem saída das tropas estrangeiras principalmente dos EUA e Brasil



IAR Noticias/Europa Press - 18.02.10
Os seguidores do ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristides iniciaram uma campanha de mobilizações para exigir a saída das tropas estrangeiras, principalmente estadunidenses e brasileiras, implantadas no país após o terramoto de 12 de janeiro, que custou mais de 150.000 vidas [notícias recentes apontam mais de 200 mil – N.T.], segundo estima o Governo.

A oposição à presença militar internacional se nutre, principalmente, dos seguidores de Aristide, derrotado em 2004 e 1991 em meio a interrupções da ordem constitucional que atribuem à influência de Washington, e tem sua base em bairros como Cite Soleil ou Bel Air, onde as pinturas com a cara de Aristide convivem com grafites de Bob Marley ou Martin Luther King.

“Arístides construiu tudo aqui, os brasileiros destruíram”, afirmou um homem chamado Jean em uma das ruinosas ruas de Bel Air em declarações ao correspondente do jornal brasileiro ‘Folha de São Paulo’. Os brasileiros constituem o principal contingente da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH).

Uma das principais tarefas da MINUSTAH foi desarmar grupos relacionados a Aristide entre 2004 e 2007. Os soldados brasileiros “não são nossos amigos’. “Matam o nosso povo”, lamentou um dirigente da Massa Popular, Vanel Louis Paul.

Outros setores da população são mais favoráveis à presença da MINUSTAH, cuja direção militar depende do Brasil, mas o enviado especial da ‘Folha’ destaca que esse “setor radicalizado” existe, algo que tem muito presente na missão internacional.

“Não deixemos de vigiar atentamente e com preocupação a atuação dos partidários de Aristide, pese a sua posição de debilidade”, explicou o chefe de comunicação do batalhão brasileiro da MINUSTAH, o coronel Alan Santos.

Todos os anos os seguidores de Aristide se manifestam no dia 28 de fevereiro em Porto Príncipe para recordar o golpe de Estado contra Aristide de 2004 e pedir a saída da MINUSTAH e, este ano, contarão com cerca de 5.500 antigos integrantes de grupos armados que puderam escapar das prisões no terremoto de 12 de janeiro.

O próprio ex-presidente, que se encontra exilado na África do Sul e reclama, desde ali, seu retorno ao Haiti sob a promessa de não se apresentar nas eleições presidenciais. Entretanto, seu partido, Fanmi Lavalas, segue contando com uma importante influência, sobretudo entre os haitianos mais pobres. “Estamos em todo o país. Nosso partido é o da maioria”, sustenta a presidenta do partido, Maryse Narcisse.

A ex-ministra é mais diplomática ao falar dos brasileiros, ainda que peça um calendário para sua retirada, algo que a ONU sustenta que não ocorrerá dentro de “muitos anos”.

“Não podemos crer que a MINUSTAH vá ficar para sempre. Necessitamos da solidariedade internacional, mas tem de haver dignidade para nós”, afirmou.

Fonte: Rede Contra a Violência.

Direita midiática conspira em São Paulo

Altamiro Borges: Direita midiática conspira em São Paulo
Em quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

No dia 1º de março, no Hotel Golden Tulip, na capital paulista, as estrelas da direita midiática estarão reunidas num seminário cinicamente batizado de "1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão". Não faltarão críticas a Conferência Nacional de Comunicação, sabotada pelos donos da mídia, e às idéias democratizantes do Plano Nacional de Direitos Humanos. O presidente Lula ficará com a sua orelha ardendo. Será rotulado de autoritário, populista e de outros adjetivos. O evento tentará unificar o discurso da mídia hegemônica para a disputa presidencial de 2010.

Os inscritos que desembolsarem R$ 500 poderão ouvir as opiniões de famosos reacionários sobre as "ameaças à democracia no Brasil" e as "restrições à liberdade de expressão". Marcel Granier, dono da golpista e corrupta RCTV, que teve sua outorga cassada pelo governo venezuelano, fará a palestra de encerramento. A lista de palestristas convidados causa náuseas: o fascistóide Denis Rosenfield, o racista Demétrio Magnoli, o pitbul Reinaldo Azevedo, o bravateiro Arnaldo Jabor, o líder da seita xiita Opus Dei, Alberto Di Franco, além de vários comentaristas da TV Globo.

O sinistro Instituto Millenium

O evento, que tem o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert) e da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), é uma iniciativa do sinistro Instituto Millenium. Esta entidade reúne poderosos banqueiros, industriais e barões da mídia e pretende ser um centro de aglutinação dos defensores da "economia de mercado", como descreve seu sítio. Ela é presidida por Patrícia Carlos Andrade, que foi analista dos bancos Icatu e JPMorgan, e é filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, um dos mentores da Central Globo de Jornalismo.

O instituto não tem nada de neutro ou plural. É controlado pelas corporações empresariais. Entre os mantenedores estão Jorge Gerdau, o barão da siderurgia, Sergio Foguel, da Odebrecht, Pedro Henrique Mariani, do Banco BBM, Salim Mattar, do grupo Localiza, e Marcos Amaro, da TAM. O gestor do fundo patrimonial da Millenium é Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central na era neoliberal de FHC. Os barões da mídia têm expressiva presença na entidade. Entre os dez principais mantenedores estão João Roberto Marinho, das Organizações Globo, e Roberto Civita, da Abril. Seu conselho editorial é dirigido por Eurípedes Alcântara, diretor de redação da Veja.

A resposta dos movimentos sociais

O repórter Adriano Andrade, num excelente artigo para o jornal Brasil de Fato, demonstrou que o Instituto Millenium representa a nata da direita brasileira. Patrícia Andrade chegou a assinar o "manifesto contra a ditadura esquerdista na mídia", escrito pelo fascistóide Olavo de Carvalho. A entidade também promove anualmente o risível "dia da liberdade de impostos". Para o repórter, a Millenium lembra duas instituições que tiveram papel de relevo na preparação do golpe militar de 1964 - o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), ambos financiados pelo governo dos EUA e pelos grupos monopolistas nativos.

O evento de 1º de março bem que mereceria uma resposta organizada dos movimentos sociais, alvo das manipulações constantes da mídia hegemônica. O demonizado MST, as ridicularizadas centrais sindicais, a estigmatizadas entidades estudantis, além das forças opostas a todos os tipos de discriminação, como a de gênero e a racial, poderiam aproveitar este evento conspirativo da direita midiática para protestar contra a "criminalização dos movimentos sociais e pela autêntica liberdade de expressão". Nada mais democrático do que protestar contra a ditadura da mídia.

A Sociedade Mundial da Cegueira

Leonardo Boff *

O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o português José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.
Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são
muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.
Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90? Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.
É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria Gaia que não é tema da New Age; mas, resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluídos os seres humanos.
Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais. A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia continuar habitável por nós e por outros seres vivos?
Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.
Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser compreendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.
[Autor de A nova era: a consciência planetária, Record (2007)]

* Teólogo, filósofo e escritor

Bóris Casoy - BOICOTE À BAND



Assim como São Luiz do Maranhão todas as cidades deveriam estampar a indignação frente à fala do jornalista que deveria ser, não apenas demitido, mas julgado e impedido de exercer a profissão!!!!

BOICOTE À REDE BANDEIRANTES DE TELEVISÃO!!!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nota Pública - CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS
Criado pela Lei 5.165 de 20 de dezembro de 1995


NOTA PÚBLICA

O Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, no seu compromisso de defender a dignidade humana e nesse sentido se contrapor a toda e qualquer forma de violência, vem a público, consternado, manifestar profunda solidariedade às famílias das vítimas da violência no Espírito Santo.

A tragédia que estamos mergulhados, marcada pela descartabilidade da vida humana e fortemente vinculada a um excludente modelo de socialização das riquezas, exige de todos nós, sociedade e Estado, a construção de um novo paradigma de segurança pública para além daquele meramente punitivo, repressivo e violador dos Direitos Humanos.

É inequívoca a falência do sistema de segurança e justiça tal qual se apresenta hoje. Falam por si os 2021 assassinatos no ano de 2009, a maioria de jovens anônimos, negros e pobres. A morte da comerciante Ana Rita Pegoretti, vítima de bala perdida na tarde desta quarta-feira, é mais um trágico capítulo dessa história.

A complexidade que envolve as causalidades da violência, da mesma forma se faz presente no seu enfrentamento e passa também por uma cultura de paz no seio social. É preciso, no entanto, enfatizar o papel do Estado e particularmente do Governo em assumir compromissos efetivos com a alteração desse quadro. A criação de uma Secretaria Estadual da Cidadania e dos Direitos Humanos – com a responsabilidade de pautar a dignidade humana como centro de todas as políticas públicas e com estrutura e orçamento condizentes com o seu desafio – demonstraria essa disposição governamental. Essa é uma dívida que há muito o Estado possui com o povo capixaba e que a história, nesse momento, já exibe a fatura.

Vitória, 18 de fevereiro de 2010.

BRUNO ALVES DE SOUZA TOLEDO
Presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

II Congresso Internacional - Núcleo de Estudos das Américas

Homenagem ao 60º aniversário da UERJ

In Memoriam

Prof. Andrzej Dembicz-CESLA/Universidade de Varsóvia

Período: 20 a 24 de setembro de 2010

Local : Campus da UERJ - Maracanã


PRIMEIRA CIRCULAR


O Núcleo de Estudos das Américas promoverá o seu II Congresso Internacional nos dias 20, 21, 22, 23 e 24 de setembro de 2010, sob o tema Américas: Sistemas de Poder, Integração, e Pluriculturalidade. O II Congresso será realizado em homenagem aos 60º aniversário da UERJ e In Memoriam ao Professor Andrzej Dembicz, Diretor do Centro de Estúdios Latinoamericanos /Cesla da Universidade de Varsóvia. O Congresso será realizado no Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Os objetivos do II Congresso Internacional do Núcleo de Estudos das Américas visam a refletir sobre os processos sociais, econômicos, políticos e culturais americanos, reexaminar e analisar problemas internos dos distintos países ou regiões e suas relações internas e externas. O Congresso pretende também estreitar os espaços pluriculturais com a finalidade de fortalecer as relações mútuas entre as instituições americanas.

A UERJ oferece o seu espaço para a apresentação de debates, discussões e diálogos que contribuam para o fortalecimento da cidadania, da liberdade de expressão, tolerância e solidariedade entre as diversas culturas.

Estrutura do Congresso. O Congresso constará das seguintes atividades:

Simpósios - reuniões temáticas de participação limitada. Entre as proposta enviadas serão selecionados pelos coordenadores do Congresso até 20 Simpósios.

Atividades plenárias: Duas sessões plenárias (de inauguração e de encerramento) Duas conferências magistrais plenárias proferidas por convidados de prestígio internacional;

Mesas redondas sobre temas de interesse, com professores convidados.

Temas apresentados pelo Comitê

Sistemas de Poder, Construção dos Estados Nacionais e interpretações teóricas.
Gênero, identidade - igualdade e diferenças.
Educação – Políticas Afirmativas e Ética.
Cultura e Representações de imagem, som e outras expressões nas Américas.
Sociedades Pluriculturais, Etnicidade e Identidade.
Direitos Sociais, Inclusão Social e Cidadania.
Centroamérica, Mesoamérica e Caribe – discussões conceituais e novas abordagens.
América Andina - nações, etnias e persistência identitária.
Integração regional na América Latina - cultura, etnicidade, economia e política.
Economia, Mercado, Globalização e Relações Internacionais.
América Antiga - identidade, representações culturais e historiografia.
Espaços - Urbanos e Rurais – conceitos e paradigmas.
Saúde, Políticas Públicas e Medicina Tradicional.
Políticas Ambientais e Direitos Sociais.
Movimentos sociais e revoluções nas Américas.
Educação indígena – novas metodologias
Políticas de Inclusão/nova visão do excluído – Direitos da criança e do adolescente
Economia e dinâmicas transnacionais no século XX e XXI.
Patrimônio cultural, novos conceitos e Políticas Culturais.


O II Congresso está estruturado em Conferências, Simpósios e Mesas-redondas, que deverão versar sobre a temática central do Congresso Américas: Sistemas de Poder, Integração, e Pluriculturalidade. A proposta de simpósios e mesas-redondas deverá ser encaminhadas aos membros do Comitê Organizador. Cada simpósio não pode ser inferior a 8 participantes e ultrapassar 15 inscritos. As mesas-redondas, previamente organizadas, deverão constituir-se de , no mínimo 3 e, no máximo quatro integrantes. As inscrições devem vir acompanhadas pela ficha individual (do participante) e indicando a atividade da qual vai participar. Os trabalhos inscritos individualmente serão analisados pela Comissão Organizadora e reunidos sob forma de mesas-redondas.

Os resumos devem ter, no máximo, 15 linhas em padrão (fonte times New Roman, tamanho 12).


Datas e Prazos:

- Inscrições para Simpósios e Mesas-redondas - 10 de março a 25 de maio

- Inscrições para comunicações – a partir de 30 de maio, após a divulgação dos Simpósios e respectivos Coordenadores.


A inscrição será realizada diretamente com os coordenadores dos Simpósios, obedecendo ao calendário apresentado pela Comissão Organizadora.


Somente poderão apresentar comunicações

1. Professores e alunos de pós-graduação.

2. Alunos de Iniciação Científica com pesquisa em curso financiada pela Universidade ou Órgãos de Fomento, com a participação do professor orientador, que poderão apresentar os resultados de seus trabalhos

Alunos de graduação só poderão participar como ouvinte e receberão o Certificado de Ouvinte.

OBS.:
Concurso de monografia – Para alunos de Pós- graduação
Será oferecido um prêmio ao primeiro colocado no concurso de monografia sobre “UERJ –60 anos de luta pelos direitos à cidadania”


Os valores das inscrições são:

Até 30 de Maio de 2010

TIPO DE PARTICIPAÇÂO

Participantes com apresentação - R$ 130,00

Participantes sem apresentação - R$ 70,00

Estudantes de Pós-Graduação com apresentação - R$ 80,00

Estudantes de Pós-Graduação sem apresentação - R$ 50,00

Estudantes de Graduação - R$ 20,00

Ouvintes (sem material e certificado) - LIVRE

Ouvintes com material e certificado - R$ 30,00


Até 31 de julho de 2010
TIPO DE PARTICIPAÇÂO

Participantes com apresentação - R$ 150,00

Participantes sem apresentação - R$ 80,00

Estudantes de Pós-Graduação com apresentação - R$ 90,00

Estudantes de Pós-Graduação sem apresentação - R$ 70,00

Estudantes de Graduação - R$ 30,00

Ouvintes (sem material e certificado)- LIVRE

Ouvintes com material e certificado - R$ 35,00

O pagamento será realizado através de depósito bancário (informações sobre o Banco na II Circular).

As fichas de inscrição, currículos resumidos ( 10 linhas ) e comprovantes de inscrição ,gravados em CD, deverão ser remetidos à secretaria do evento em nome da professora Elizabeth Nazareth, por correio comum ou diretamente na Secretaria do Nucleas/UERJ:

Nucleas – Núcleo de Estudos das Américas
Rua São Francisco Xavier, 524 sala 7003 Bloco B
Maracanã – Cep. 20 550 013
Rio de Janeiro - Brasil
Tel/Fax - 55 21 2334 0157

Secretaria Geral
Profa. Elizabeth Nazareth -
e-mail: congressonucleas@gmail.com

Paulo Roberto dos Santos
e-mail: nucleas.uerj@gmail.com; congressonucleas@gmail.com

Somente serão analisados os resumos que vierem acompanhados com a ficha de inscrição e cópia do recibo de pagamento. Se o trabalho não for aceito o NUCLEAS devolverá a taxa de inscrição, através de depósito bancário.

Site: www.nucleasuerj.com.br

Atenciosamente,

Profa. Maria Teresa Toribio Brittes Lemos
Organizadora Geral

Gestão Cultural e Participação Cidadã - ARGENTINA

Gestão Cultural e Participação Cidadã

Data: 20/05/2010 - 22/05/2010
Até o dia 25 de março se recebe resumos para o terceiro encontro sul-americano que acontecerá em San Luis, Argentina.

O evento desenvolverá discussões e apresentações sobre as mais diversas temáticas, baseadas na idéia da participação cidadã na área cultural. Entre os temas estão: produção de serviços culturais, antropologia cultural, povos originários e gestão cultural, patrimônio cultural, educação, políticas locais e globais de cultura, cooperação internacional, entre outros.

O evento acontecerá de 20 a 22 de maio, em San Luis, Argentina, e os resumos podem ser enviados até no dia 25 de março para o correio ecoculturaargentina@gmail.com
Para saber mais: www.ecoculturaargentina.blogspot.com

Fonte:
http://divercult.net/pt-br/evento/gestao-cultural-e-participacao-cidada

Cultura do Rio terá 1% do orçamento a partir de 2010

O Plano Plurianual (PPA) da Prefeitura do Rio de Janeiro prevê que até 2012, a Secretaria de Cultura ficará com 1% da arrecadação municipal (ISS, IPTU e outros impostos), contra 0,6% que tinha até este ano.

A decisão é uma luta antiga da área de cultura e consta da Proposta de Emenda à Constituição n° 150 (PEC 150) atualmente tramitando no Congresso Nacional e que determina os percentuais a serem destinados à cultura: 2% do orçamento federal, 1,5% do orçamento estadual e 1% do orçamento municipal.

Com este orçamento já garantido no PPA, a secretária Municipal de Cultura, Jandira Feghali, teve uma audiência na Câmara Municipal, no dia 14, para falar sobre os principais projetos:

-Segundo Turno Cultural: uma intervenção que sustenta o turno integral nas escolas do amanhã. Serão 450 oficinas de arte em 150 escolas em 2009. Custa cerca de R$ 4,5 milhões. Para ampliar para as demais escolas do município (são 1063), é preciso haver mais recursos.

-Compra de equipamentos de som e luz para os teatros e lonas culturais. Quatro delas vão entrar em obras. Construção da Lona da Pavuna, que será um teatro de alvenaria orçado em R$ 2 milhões.

-O Cine Imperator, no Méier, vai virar um espaço multiuso, com três cinemas e duas salas de espetáculos, uma pequena e outra grande com cerca de mil lugares, espaços para cursos e oficinas, para a juventude e um parque infantil no teto. Atualmente o teatro é do governo do Estado que vai repassá-lo ao município. Já existe um projeto que está em fase de orçamento. Espera-se começar as obras em 2010, num investimento que passará de R$ 20 milhões. A Secretaria Municipal de Cultura estuda o melhor modelo de gestão, busca parcerias, mas certamente entrará com aporte de dinheiro.

-Pontões e Pontos de cultura: serão nove pontões (em Acari, Penha, Alemão, Maré, Senador Câmara, Reta João XXIII, Vila Kennedy, Cidade de Deus e Santa Marta), cada um ao custo de R$ 500 mil anuais. Estes pontões vão estimular as manifestações culturais locais e dar oportunidade para o surgimento de outras. Por exemplo, no morro Santa Marta, onde já há duas escolas de samba (São Clemente e Mocidade Unida de Santa Marta), aulas de música clássica e de audiovisual, haverá incentivo a estas atividades e outras que os moradores escolherem.

-Quanto aos pontos de cultura, serão criados 100 em toda a cidade com orçamento de R$ 60 mil por ano. A idéia é dar protagonismo às pessoas que produzem cultura em áreas com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Haverá edital para escolha deles e o critério será privilegiar a diversidade das manifestações culturais.

-Iluminação cenográfica no Centro do Rio, na região do Largo de São Francisco.

-Criação do Distrito Cultural da Praça 11.

-Criação do Centro de Referência de Cultura da Juventude – para menores de 18 anos, em local ainda a ser escolhido, no Centro da Cidade.

-Projetos para a região do porto: Museu Histórico da Cidade, Mercado Popular de Artesanato, Centro de Referência do Design.

FONTE:http://cucario.blogspot.com/2009/09/cultura-do-rio-tera-1-do-orcamento.html

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bloco Loucura Suburbana

Convidamos todos para o desfile do Bloco Loucura Suburbana, nesta quinta dia 11 às 16 horas no Engenho de Dentro (Ramiro Magalhães, 521). O bloco, em seu 10º ano de desfile, foi um precursor do movimento de renovação dos blocos no bairro, e este ano tem o bonito tema "De Lagarta a Borboleta". É uma loucura total, com usuários dos serviços psiquiátricos do Instituto Municipal Nise da Silveira (ex Centro Psiquiátrico Pedro II), frequentadores do Museu de Imagens do Inconsciente, comunidade, técnicos e quem mais vier. A bateria é da Caprichoso de Pilares.

Venham e aproveitem.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

REMOÇÃO NÃO!

ATO PÚBLICO CONTRA REMOÇÃO

10∕02∕2010 – QUARTA-FEIRA – 10H

Em frente à Prefeitura na Cidade Nova

VENHA SE JUNTAR A NÓS:

A nossa luta é pelo direito à Cidade, pelo respeito a nossa pessoa, à nossa moradia, ao nosso trabalho.
Pela inclusão nos benefícios da cidade, transporte público de qualidade, saneamento básico, regularização fundiária e controle social dos projetos esportivos.

SOMOS CONTRA:
Remoção forçada, gastos públicos com grandes eventos, reforma urbana que somente favorece os ricos, limpeza social e choque de ordem.
As 119 Comunidades ameaçadas de remoção e as ocupações ameaçadas de despejo denunciam a política de exclusão social do Prefeito Eduardo Paes.

Movimento Olimpíadas Não Justificam Remoção

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Evento Madalena

No dia 6 de fevereiro às 19:30h, acontece no Centro de Teatro do Oprimido (Av. Mem de Sá 31, Lapa) o evento Madalena - teatro das oprimidas, com apresentação pública das produções artísticas resultantes do Laboratório Madalena (peças, performances, esculturas, pinturas, instalações, poesias etc), seguido de painel de discussão do tema apresentado. Ingressos GRÁTIS.

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Laboratório Madalena, por Ney Motta (assessor de comunicação do Centro de Teatro do Oprimido)

Sempre buscando inovação nos processos de trabalho e aprofundando as pesquisas sócio-culturais das opressões, o Centro de Teatro do Oprimido realiza no Brasil, além de Guiné-Bissau e Moçambique, países da África lusófona, de janeiro a maio de 2010, o Laboratório Madalena. Trata-se de uma experiência cênica voltada exclusivamente para mulheres empenhadas em investigar as especificidades das opressões enfrentadas pelas mulheres e em atuar para a criação de medidas efetivas que contribuam para a superação dessas opressões e para a igualdade dos gêneros.

Segundo a socióloga Bárbara Santos, a experiência busca percursos de expressões estéticas e narrativas a partir do corpo feminino, esse corpo que ao longo dos séculos permaneceu escondido, protegido e oprimido pelo corpo masculino e hoje parece protagonizar, como objeto e sujeito, a ribalta de nossa sociedade midiática.

O corpo da mulher despido, exibido, sensual, trivial, reinventado, prostituído, espremido e despedaçado nos outdoors, nas páginas das revistas, nas passarelas da moda e do samba, é o melhor veículo para venda de qualquer produto. É no corpo feminino que se trava hoje, mais do que no masculino, o embate entre os hábitos ancestrais e a defesa dos direitos humanos fundamentais. Essa condição comporta ilusões, feridas, contradições e uma busca urgente de significados.

O ponto de partida para o Laboratório Madalena ocorreu em dezembro de 2009 com duas oficinas no Rio de Janeiro, sendo uma delas composta por um grupo de trabalhadoras domésticas nordestinas. A partir de janeiro de 2010, pelo menos quatro laboratórios acontecem no Ceará, Rio de Janeiro, além de Guiné-Bissau e Moçambique, países da África lusófona. As produções artísticas resultantes desses laboratórios (peças, performances, esculturas, pinturas, instalações, poesias, músicas etc) circulam localmente, estimulando a discussão pública a respeito das opressões e violência contra o corpo da mulher, mesmo em tempos de revolução de hábitos e vivências, e da emancipação da mulher em diversos contextos sociais. Neste momento, todos os homens são convidados a atuar como espect-atores¹, nos eventos-espetáculos (geralmente um Teatro-Fórum). "Essa participação fundamental para ativação de um diálogo propositivo que busque a transformação da realidade", afirma a diretora Alessandra Vannucci.

Vencedor do Prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura, com patrocínio do Ministério da Cultura/Funarte e realização do Centro de Teatro do Oprimido, por iniciativa de Alessandra Vannucci, diretora teatral italiana, premiada no Brasil com o Prêmio Shell 2006 por 'A Descoberta das Américas' e na Itália com o Prêmio Arlecchino d'Oro 2007 por 'Arlecchino all'inferno', o Laboratório Madalena integra a residência artística da diretora no Projeto Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto.

As experiências cênicas do 'Laboratório Madalena' estão sendo desenvolvidas por Alessandra Vannucci e Bárbara Santos, socióloga e curinga² do Centro de Teatro do Oprimido, que possui larga experiência na formação de grupos populares no Brasil e na África, além de coordenar de programas de formação. A participação das mulheres segue por meio de uma convocatória pública distribuída e replicada, utilizando-se especialmente a internet.

Para apresentar os primeiros resultados da pesquisa, no dia 28 de maio, no Largo da Lapa, Rio de Janeiro, acontecerá o evento Madalena ocupa a Lapa, com apresentação de peças, performances, poesias (Madalena Encena), esculturas, pinturas, instalações (Madalena Expõe), show musical comandado por mulheres (Madalena Canta) e lona de discussão sobre a situação da mulher na sociedade atual (Madalena Debate).

A experiência está sendo registrada para o documentário Madalena e será publicada na Metaxis, a Revista do Centro de Teatro do Oprimido.

Trailer do Filme "Atrás da Porta"

http://www.youtube.com/watch?v=5cSJKCqjzeQ

filme retratando as experiencias de ocupações urbanas e a política de repressão do Estado contra os trabalhadores e movimentos que lutam por moradia. Com imagens da ocupação Guerreiros do 510/234 da avenida men de sá e outras experiencias de ocupação que foram reprimidas.

Fonte: Rede Contra a Violência

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Proposta de Nova Lei da Cultura vai ao Congresso

>>Leia o Projeto de Lei na íntegra

Mais informações: http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet

Haiti. Comunicado das organizações populares: As perspectivas após a catástrofe

“Honra e respeito à população de Porto Príncipe! Foi a extraordinária solidariedade manifestada pela população da região metropolitana que durante os três primeiros dias depois do terremoto respondeu com a auto-organização construindo 450 campos de refugiados que contribuíram para salvar milhares de pessoas graças ao fato de partilharem de forma comunitária todos os recursos disponíveis (alimentos, água, roupas)”.

O relato é do comunicado redigido por uma série de organizações populares do Haiti acerca da catástrofe que atingiu o país. As organizações declaram também sua “indignação frente à utilização da crise haitiana para justificar uma nova invasão de 20 mil marines norte americana (...) não aceitamos que o nosso país seja transformado em uma base militar”, afirmam elas.

A tradução é do Cepat.- Curitiba, Parana

Eis o comunicado.

A todos os nossos aliados:


No dia 12 de janeiro de 2010, um terremoto de enorme violência atingiu nosso país com consequências dramáticas para as populações de vários municípios dos Departamentos do Oeste, do Sudeste e do conjunto do país. Este terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter e as perdas irreparáveis que provocaram enlutaram nosso país deixando dores insuportáveis. Este drama que nos afeta hoje é sem dúvida alguma um dos mais graves de nossa história e a causa de um traumatismo profundo que marcará o século XXI haitiano.

Os balanços parciais até aqui tentam medianamente expressar uma realidade espantosa e indizível: o horror que vivemos juntos durante estes 35 segundos intermináveis que, em 12 de janeiro, deixou um pesado tributo de dores e de lágrimas. Mais de 150 mil mortos, 500 mil feridos, mais de um milhão sem teto, dezenas de milhares de amputados, mais de 300 mil pessoas refugiadas, mais de três milhões de seres devastados que, em um minuto, viram transformar para sempre suas vidas, suas famílias e suas sociedades. Uma sociedade inteira traumatizada que vive no medo permanente de um possível novo terremoto.

Todas nossas organizações foram profundamente sacudidas por este acontecimento. Perdemos familiares, companheiros de trabalho, crianças, jovens, profissionais cheios de promessas, de sonhos e de capacidades, edifícios, equipes, ferramentas de trabalho e uma documentação imensa baseada em mais de 30 anos de experiências coletivas com as organizações e as comunidades de base. As perdas são imensas e irreparáveis.

É indispensável apesar da dor que todos e todas sentimos refletir sobre o que acaba de acontecer e tirar dessa experiência trágica as lições e as orientações que nos permitam continuar com o nosso incansável trabalho de construção de outro país capaz de vencer o ciclo de desgraça e dependência e de se colocar à altura dos sonhos de emancipação universal de seus fundadores e de todo o povo haitiano.

O tamanho do desastre está vinculado sem duvida alguma a natureza do Estado em nosso país, uma herança histórica colonial e neocolonial e a implementação das políticas neoliberais ao longo das últimas três décadas. A hipercentralização ao redor da ‘República do Porto Príncipe’ definida pela ocupação norte-americana de 1915 é sem dúvida um dos fatores determinantes. Em particular, a liberalização completa do mercado dos bens imobiliários abriu um espaço de especulação desenfreada aos aproveitadores de todo tipo.

Comove-nos profundamente a extraordinária solidariedade manifestada pela população da região metropolitana que durante os três primeiros dias depois do terremoto respondeu com a auto-organização construindo 450 campos de refugiados que contribuíram para salvar milhares de pessoas graças ao fato que partilharam de forma comunitária todos os recursos disponíveis (alimentos, água, roupas). Honra e respeito à população de Porto Príncipe! Estes mecanismos espontâneos de solidariedade devem desempenhar um papel essencial no processo de reconstrução e de re-conceitualização do espaço nacional.

Enviamos esta carta a nossos colaboradores das diversas redes nacionais e internacionais, das quais fazemos parte, com o objetivo de informar sobre os passos que temos dado e sobre nossos objetivos a curto, médio e longo prazo.

Faz mais de uma semana nosso grupo de organizações e de plataformas se reúne com frequência com o objetivo de fazer frente a esta nova situação definindo novas estratégias e implementando novas maneiras de trabalhar. Assim, nós, os responsáveis das organizações e plataformas que assinamos esta carta, depois de vários encontros para analisar a nova situação e definir estratégias comuns adotamos uma posição baseada nos seguintes eixos:

- Contribuir para preservar os principais êxitos dos movimentos sociais e populares haitianos ameaçados pela nova situação;

- Contribuir na resposta às necessidades urgentes da população organizando centros de serviços comunitários capazes de responder de forma adequada às seguintes necessidades: alimentação, atenção a saúde primária, assistência médica e psicológica em resposta aos traumas sofridos no momento do terremoto;

- Aproveitar o fato de que os grandes meios de comunicação olham nosso país para difundir uma imagem diferente da projetada pela forças imperialistas;

- Implementar novas formas de atuar que permitam superar a atomização e a dispersão que constituem uma das principais debilidades de nossas organizações. Este processo de aproximação deve se constituir com a estruturação de um espaço comum que possa acolher provisoriamente nossas seis equipes que continuam trabalhando de modo autônomo uma vez que implementaram mecanismos permanentes de intercâmbios e de trabalhos mutualizados. Estaremos atentos em fazer prevalecer um enfoque coletivo na busca de respostas comuns a nossos problemas na construção de uma alternativa democrática popular efetiva e viável.

Quanto à situação de urgência, estamos instalando centros de serviços. Um de nossos centros já implementado e em operação acolhe 300 pessoas que recebem comida duas vezes ao dia e estão protegidas sob tendas.

O centro oferece também consultas médicas e acompanhamento psicológico. Estes serviços são também proporcionados as pessoas que moram nos campos de refugiados na região. No centro da avenida Popupelard funciona graças ao apoio de profissionais haitianos (médicos, enfermeiros, psicólogos, trabalhadores sociais) apoiados por médicos alemães da organização de socorro Cabo Anamur. Tratamos de instalar centros similares em outros bairros da região metropolitana duramente afetadas pelo terremoto nos quais não existe nenhuma oferta de serviços dessa natureza. Instalaremos 4 nos bairros de Carrefour (Martissant, Fontamara) e de Gressier. Contamos com a solidariedade de todos nossos colaboradores para assegurarmos um funcionamento eficiente.

Ao mesmo tempo, nossas 2 plataformas e 4 organizações instalaram um ponto focal de encontros e de coordenação no local de FIDES-Haïti. Estamos dispostos a acolher nesse espaços novas plataformas e organizações do movimento democrático popular. Comprometemo-nos em mobilizar os diferentes componentes desse movimento para ampliar os esforços para socorrer aos sobreviventes e, de outro lado, para formular um plano comum para a reabilitação de nossas instituições e organizações. Apresentaremos esse plano e os projetos concretos que o acompanham brevemente.

A ajuda urgente da qual participamos é alternativa e temos a intenção de desenvolver um trabalho de denúncia das praticas tradicionais em matéria de intervenções humanitárias, as quais não respeitam a dignidade das vítimas e se inscrevem no marco de um processo de fortalecimento de nossa dependência. Lutamos por uma ajuda humanitária adaptada e respeitosa a nossa cultura e de nosso entorno e que não destrua as construções de economia solidária elaboradas faz várias décadas pelas organizações de base com as quais trabalhamos.
Para terminar queremos saudar, a extraordinária generosidade da opinião publica mundial manifestada pelo drama que vivemos. Somos gratos e acreditamos que é o momento de construir um novo olhar sobre o nosso país que permita construir uma solidariedade autêntica livre dos reflexos paternalistas de piedade e inferiorizarão. Deveríamos trabalhar para manter esta vigorosa solidariedade para além da excitação midiática. A resposta à crise demonstra que em certas situações os povos do mundo são capazes de ir para além das leituras superficiais e estereotipadas de corte sensacionalista.

A ajuda humanitária massiva é hoje indispensável dada a amplitude da catástrofe, mas deve ser estruturante articulando-se com uma visão diferente do processo de reconstrução. Deve romper com os paradigmas que dominam os circuitos tradicionais da ajuda internacional. Desejaríamos ver nascer brigadas internacionalistas de solidariedade que trabalhariam junto com as nossas organizações na luta pela realização de uma reforma agrária e de uma reforma territorial urbana integrada à luta contra o analfabetismo e para repovoação florestal, na edificação de novos sistemas educativos e de saúde universais, descentralizados e modernos.

Devemos também proclamar nossa cólera e nossa indignação frente à utilização da crise haitiana para justificar uma nova invasão de 20 mil marines norte americana. Denunciamos o que pode converter-se em uma nova ocupação militar, a terceira de nossa historia por tropas norte-americanas. Inscreve-se obviamente na estratégia de remilitarização do Caribe no marco da resposta do imperialismo a rebelião crescente dos Povos do continente frente à mundialização neoliberal.

Inscreve-se também em uma estratégia de guerra preventiva frente a uma insurreição eventual e social que viria de um Povo esmagado pela miséria em que se encontra em uma situação de desespero. Denunciamos o modelo aplicado pelo Governo norte-americano e a resposta militar frente a uma trágica crise humanitária. Ao se apoderar do aeroporto Toussaint Louverture e de outras infra-instrutoras estratégicas do país, privaram ao Povo haitiano de uma parte das contribuições que vinham do CARICOM, da Venezuela e de alguns países europeus.

Denunciamos o método aplicado e não aceitamos que o nosso país seja transformado em uma base militar.
Nós, dirigentes das organizações e das plataformas iniciadoras dessa gestão, escrevemos-lhes hoje para transmitir nossa primeira analise da situação. Estamos convencidos que vocês – como já têm demonstrado – continuarão acompanhando nosso trabalho e nossa luta no marco da construção de uma alternativa nacional, que será fonte do renascimento de nosso país golpeado por uma catástrofe horrível e que lutará para sair do ciclo da dependência.

Porto Príncipe, 27 de janeiro de 2010.
Pelo Comitê de coordenação:
Sony Estéus - Diretor SAKS
Camille Chalmers - Diretor PAPDA

Marie Carmelle Fils-Aimé – Officier de Programme ICKL
Pelas organizações e plataformas que participam dessa iniciativa:
Marc Arthur Fils-Aimé, Institut Culturel Karl Léveque (ICKL)
Maxime J. Rony, Programme alternatif de Justice (PAJ)
Sony Estéus, Sosyete Animasyon ak Kominikasyon Sosyal (SAKS)
Chenet Jean Baptiste, Institut de Technologie et d’animation (ITECA)
Antonal Mortimé, Plataforma de Organizações Haitianas de Direitos Humanos (POHDH) que agrupa: Justice et Paix (JILAP), Centre de recherches Sociales et de Formation pour le Développement (CRESFED), Groupe Assistance Juridique (GAJ), Institut Culturel Karl Léveque (ICKL), Programme pour une Alternative de Justice (PAJ), Sant Karl Lévèque (SKL), Réseau National de Défense des Droits Humains (RNDDH), Conférence haïtienne des Religieux (CORAL-CHR)
Camille Chalmers, Plataforma haitiana de Advocacia por Desenvolvimento Alternativo (PAPDA) que agrupa : Institut de Technologie et d’animation (ITECA), Solidarite Fanm Ayisyèn (SOFA), Centre de Recherches Actions pour le Développement (CRAD), Mouvaman Inite Ti Peyizan Latibonit (MITPA), Institut Culturel Karl Léveque (ICKL), Association Nationale des Agroprofessionnels Haïtiens (ANDAH).

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fórum Social Urbano

Próxima PLENÁRIA DE ORGANIZAÇÃO do FSU
Dia 02 DE FEVEREIRO às 17HS
Local: AÇÃO DA CIDADÂNIA


Fórum Social Urbano
Nos bairros e no mundo, em luta pelo direito à cidade, pela democracia e justiça urbanas, Rio de Janeiro, Brasil
22 - 26 março de 2010


APRESENTAÇÃO

Em março de 2010, a cidade do Rio de Janeiro irá receber o V Fórum Urbano Mundial. Organizado a cada dois anos pela Agência Habitat da Organização das Nações Unidas (ONU), a expectativa é que este ano o encontro reúna cerca de 50 mil pessoas de todo o mundo.

As edições anteriores do FUM foram dominadas pelas delegações oficiais, enquadradas pela retórica e agenda das organizações multilaterais – Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Aliança de Cidades, entre outras. Palavras, palavras, palavras... mas também um reiterado esforço de impor às cidades de todo mundo, em particular dos países periféricos, o modelo da cidade-empresa competitiva, dos grandes projetos de impacto, que aprofundam as desigualdades e os processos de aburguesamento. A retórica do alívio da pobreza não consegue esconder os fracassos de uma política que submete nossas cidades à lógica do mercado, tanto mais que se desconhecem, ou se silenciam, os mecanismos e processos que produzem e reproduzem cidades desiguais, social e ambientalmente injustas.

Em suas várias edições o FUM também tem sido incapaz de abrir espaço àqueles e àquelas que, em todas as cidades do mundo, resistem à lógica implacável da cidade-empresa e da cidade-mercadoria, que lutam por construir alternativas aos modelos adotados em vários governos, e difundidos pela “ajuda” internacional nem sempre desinteressada e por consultores, assim como por conferências e congressos mundiais onde a miséria urbana de milhões se transforma em frias estatísticas e promessas nunca cumpridas.

Por estas razões, os movimentos sociais e organizações do Rio de Janeiro vimos convidar todos os movimentos sociais e organizações da sociedade civil do mundo a construírem conosco um espaço de ampla e livre manifestação e debate no Fórum Social Urbano. Será um espaço e um tempo para nos conhecermos e reconhecermos, para trocarmos experiências e construirmos coletivamente a perspectiva de uma outra cidade: democrática, igualitária, comprometida com a justiça social e ambiental.

OBJETIVOS

O objetivo do Fórum Social Urbano é o de possibilitar o diálogo, a troca de experiências, a expressão da diversidade e o fortalecimento das articulações de movimentos sociais e organizações do mundo inteiro.

O Fórum Social Urbano se coloca também como uma oportunidade única para desvendar a verdadeira cidade que procuram esconder atrás dos muros e tapumes, assim como atrás dos discursos sobre cidades globais com os quais muitos governos justificam investimentos bilionários em grandes eventos de marketing urbano. Neste sentido, os movimentos e organizações anfitriãs pretendem oferecer aos participantes internacionais e nacionais a possibilidade de conhecer um Rio de Janeiro que não está nos cartões postais nem na propaganda oficial, um Rio de Janeiro injusto e feio, mas que é também rico de resistência e criatividade popular.

ATIVIDADES

De 23 a 26 de março de 2010, em paralelo às atividades do Fórum Urbano Mundial estarão se realizando as atividades do Fórum Social Urbano.

As atividades se organizarão como segue:

- painéis e debates em torno a 4 Eixos: Violências Urbanas e Criminalização da Pobreza; Megaeventos e a Globalização das Cidades; Justiça Ambiental na Cidade; Grandes Projetos Urbanos, Áreas Áreas Centrais e Portuárias;
- mesas e debates propostos por movimentos e organizações do Brasil e de outros países;
- exposições e projeções de vídeos;
- manifestações culturais;
- outras que forem propostas.

OS EIXOS

-Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas
Militarização das periferias e bairros populares. Criminalização da pobreza e dos imigrantes. Violências urbanas, em suas múltiplas manifestações. Racismo, machismo e homofobia na cidade. A violência contra as mulheres. Repressão e criminalização dos militantes populares e dos direitos humanos.

- Megaeventos e a Globalização das Cidades
Copa do Mundo, Olimpíadas, exposições internacionais. Impactos de megaeventos internacionais nas cidades, a partir das experiências internacionais e do Rio de Janeiro. Quais são os “legados” e quem são seus beneficiários?

- Justiça Ambiental na Cidade
Meio ambiente, desigual e organização do espaço urbano. Saneamento, saúde e meio ambiente. Racismo ambiental. Conflitos ambientais e as lutas de resistência. Mudanças climáticas e as cidades.

- Grandes Projetos Urbanos, Áreas Centrais e Portuárias
“Revitalização” dos centros urbanos e áreas portuárias. Mobilidade. Processos de aburguesamento. Expulsão das populações tradicionais através da violência e através do “mercado”. Grande capital, parcerias público-privadas e a especulação fundiária. Globalização e capitalismo nas cidades.

OUTRAS ATIVIDADES

Para além dos eixos propostos, convidamos as organizações e movimentos do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo a contribuírem com propostas de atividades auto-gestionadas. Estas poderão ter caráter de debates, plenárias, fóruns de articulação, exposições, projeções, banquinhas ou atividades culturais.A data limite para o envio de propostas é 7 de março de 2010.
A incrição de atividades deve ser feita através do preenchimento do formulário FÓRUM SOCIAL URBANO - PROPOSTA DE ATIVIDADE.
A Comissão de Programação buscará contemplar todas as propostas recebidas, dentro dos limites de espaço e tempo disponíveis.

Também serão organizadas visitas e tours guiados para permitir o contato direto com realidades urbanas pouco conhecidas, como manifestações culturais da cidade e experiências de luta – movimentos comunitários, ocupações, etc.

O LOCAL

As atividades do “Fórum Social Urbano” ocorrerão no espaço do Centro Cultural da Ação da Cidadania Contra a Fome, à rua Avenida Barão de Tefé 75, no bairro da Saúde. Trata-se de armazém portuário edificado em 1871, restaurado em 2002, que hoje acolhe eventos políticos, artísticos e culturais. O espaço tem 14.000 m2, oferecendo amplas condições para a realização de várias atividades simultâneas, colocação de banquinhas, etc. (http://www.acaodacidadania.com.br/templates/acao//publicacao/publicacao.asp?cod_Canal=3&cod_Publicacao=6)

O local do Fórum Social Urbano encontra-se a 300 metros do local onde transcorrerá o FUM, facilitando a circulação de todos os participantes entre os dois eventos.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Casa Afro Caribenha. Ile Ifé. AfroCuba.

Um espaço dedicado à Casa do Caribe de Santiago de Cuba no Brasil foi inaugurado no último dia 16, o ateliê "Ilé Ifé" AfroCuba, localizado no tradicional reduto do samba carioca "Beco do Rato", na Lapa. A proposta do espaço é levar à cidade as diversas manifestações da cultura caribenha e também promover intercâmbio e integração cultural dos povos irmãos da América Latina e Caribe.
O representante da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, no Rio de Janeiro, Benedito Sergio, que esteve presente no evento, destacou a importância da inauguração do Ilé Ifé, no local onde funcionam outros espaços voltados para a divulgação da cultura negra, como o Centro Afro Carioca de Cinema, a livraria Kitabu e o próprio Beco do Rato.,
Isso amplia a recuperação de um espaço histórico da cultura negra, e agora com um traço caribenho, além de marcar presença na revitalização da Lapa", declarou o antropólogo Fernando Calderón Boris, representante da Casa do Caribe, ressaltou que o novo espaço é uma pequena mostra da cultura afro-caribenha, além de proporcionar um maior entrosamento entre países irmãos pertencente a diaspora africana. Ilé Ifé é um ambiente para encontro de pessoas, um lugar de convivência democrática voltado para manifestações da cultura negra.
O Ilé, (casa em lingua Iurubá) abrirá suas portas de segunda a sexta-feira das 12:00 as 20:00 e sábados a partir das 12:00 ate o ultimo cliente.
Todos os sábados tera mostra de teatro, cinema, danças floclóricas, encontro de poetas, religiosidade entre outras manifestações culturais. A partir das 20:00 o tradicional evento de gastronomia, musica e dança "Entre Amigos" com a tematica Somos Latinos.
O Ilé Ifé. AfroCuba, alem de centro de informação voltado a divulgação da cultura Afro Caribenha no RJ, contara elem com um espaço de expo venda de obras de artes do artista plastico e académico Hilario Silva Neto, assim como comercialização de ropas desenhadas para a mulher preta da estilista "MM" do selo "Etno Modas" e gastronomia.

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Programação Cultural do primeiro semestre 2010
Projeto Ilé Ifé. AfroCuba

Atividades culturais

Janeiro

Entre Amigos (Beco) - sábado 16 - 18h
Casa do Caribe. Homenagem ao XXX Aniversaria da sua fundação. Moção Cultural 2009. Outorgada pela Academia de Letras e Artes de Paranapuá. (ALAP). Convidados Especiais. Presidente da ALAP e Cônsul de Cuba no Brasil
Entre Amigos (Beco) - sábado 30 - 21h
“Somos Latinos” O Dr das Pistas. Dj Cubano. Julio Moracén com o melhor da musica cubano-caribenha. Petiscos típicos e coquetéis.

Março

Entre Amigos (Beco) - sábado 6 - 18h
Ancestrais. Convidado Especial. Professor Fernandez Portugal Filho (Titular de Tradições e Religião Ioruba) e Grupo Afro “Lori”
Entre Amigos (Beco) - sábado 20 - 21h
“Somos Latinos”. Musica cubano-caribenha. Petiscos típicos e coquetéis

Abril

Entre Amigos (Beco) - sábado 10 - 18h
Sarau de poesias. Lançamento do CD de poesias afro cubana. “Ajiaco” Convidados Especiais Fernando Calderón (escritor) e Grupo de Dança Afro “Lori”
Entre Amigos (Beco) - sábado 24 - 18h
“Cuba. Eu sou a Rumba” Convidado Especial. Dr. Julio Morazén. Palestra. “O Teatro em Cuba” e Grupo de Dança Afro “Lori”. Peça de teatro Blem Blem.

Maio

Entre Amigos (Beco) - sábado 1 - 21h
“Somos Latinos”. Música e gastronomia cubana e caribenha. Petiscos típicos e coquetéis.
Entre Amigos (Beco) - domingo 9 - 21h
Paella para mamai. Dias das Mães no Beco. Almoço dançante. Convidada Especial. Chefe. Gisele Jorge (Reservas antecipadas)
Entre Amigos (Beco) - 29 - 18h
Palestra “O Mundo Sagrado de Ifá”. Convidados Especiais. Sacerdote de Ifá. João Luiz Inácio (Jander). Membro da Associação de Ifá Cultura Afro-Cubana no Brasil e Grupo de dança Afro “Lori”
Entre Amigos (Beco) - sábado 29 - 21h
“Somos Latinos”. Musica cubano-caribenha. Petiscos e coquetéis típicos.

Informações e reservas pelos
E-mail. fernandoboris@ig.com.br / ile.ife.cultural@gmail.com
Tel. de contato. Cel. 9253-1908/2261-9191 (Geny)

Lic. Fernando Calderón. Representante da Casa do Caribe e Centro de Resistência Cultural.
Rua Joaquim Silva 11. Lapa - Centro. RJ - Beco do Rato.







terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Televisão no meu busão, não!

Por ANTI-GLOBO 26/12/2009 às 17:32

No início de 2007, os/as usuários/as de ônibus de São Paulo foram pegos de surpresa. Quem entrava num ônibus e pretendia chegar ao seu destino com segurança, respeito e rapidez, recebia uma propaganda do Mcbacon, uma porção de videoclipes de grandes gravadoras e um bocado de "pegadinhas" e "videocassetadas".

Começava aí o ataque em massa dos interesses privados sobre o espaço público e o tempo coletivo na autodenominada "Cidade Limpa". O site da empresa responsável pela instalação dos televisores nos ônibus e pela transmissão do sinal deixava bem clara a vantagem do sistema: "Audiência cativa pelo período médio de duas horas por dia", "único canal sem risco de zapping", "foco único de atenção a bordo dos ônibus".

Após um curto período de teste, o sistema foi expandido. Outras empresas de transmissão entraram no negócio e novas concessionárias de transporte instalaram televisores sobre a cabeça de seus usuários.

Leia a matéria completa.

Relacionado: [SP] Protesto Anti-Globo nos ônibus da capital | Publicação do Diário Oficial: delega à SPTrans a competência sobre as TVs nos ônibus de SP | Militantes do MPL protestam contra aumento nas tarifas e pela tarifa zero dentro da Secretaria de Transportes


Numa época de queda geral de audiência, a novidade vinha bem a calhar com os interesses das grandes emissoras do país. Com uma massa de pessoas confinadas diante de telas de televisão exibindo uma programação incessante estaria instituído o fim do controle remoto, o fim da ida ao banheiro, o fim do botão "desligar".

Foi, então, em 2009, que o sequestro dos olhares se consolidou. A Rede Globo, um dos maiores oligopólios de mídia do mundo, entrava no jogo. A teleidiotização dos cidadãos de São Paulo estava, finalmente, garantida.

Hoje, todos os dias, em centenas de ônibus da cidade, capítulos legendados das novelas e outros enriquecedores programas da Globo acompanham todo cidadão que, dentro do busão, revolta-se com o trânsito de carros parados e a qualidade do serviço de transporte mais caro do país.

Contra esse ataque a nossas mentes, contra a privatização do espaço público, contra a priorização do transporte privado motorizado e contra o avanço da comercialização de um direito, protestamos!

Fonte: http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2009/12/461684.shtml

Não é ajuda humanitária, é ocupação militar!

Por União Socialista Libertária 25/01/2010 às 15:56


Pronunciamento da União Socialista Libertária sobre o Haiti

A União Socialista Libertária do Peru saúda os povos do mundo e aos companheiros que a nível mundial lutam incansavelmente contra o Imperialismo, o Capitalismo, a burguesia e os Estados, como cabeças da opressão a nível mundial, e alem disso manifesta sua solidariedade libertária e classista para com os setores oprimidos de ditos povos, que sofrem duplamente, os efeitos de um recente terremoto, e agora, a invasão norte-americana.

A tomada por parte do exército yanque do Aeroporto de Porto Príncipe (capital do Haiti), o toque de recolher desde as oito da noite, e as medidas limitativas ao trabalho de jornalistas estrangeiros a cujos governos se lhes adverte que não se responsabilizarão do que lhes ocorra e que inclusive poderiam ser presos; são uma mostra do caráter cada vez mais reacionário que evidencia esta ocupação militar. Além disso, esta situação extrema tem demonstrado também que os cascos azuis da Organização das Nações Unidas (ONU), são um simples destacamento avançado do exército imperialista de invasão internacional das nações oprimidas.

Como tem sido possível apreciar, a ampla cobertura jornalista que foi feita a chegada das forças navais norte-americanas carregadas, não só de suposta ajuda, se não de armamento de todo tipo, não agradou muito ao governo de Barak Obama, pelo qual se tem tomado conta de novas previsões mais estritas enquanto ao controle e manejo da suposta ?ajuda e reconstrução? do Haiti.
Por outro lado, depois do último tremor sísmico, o porta voz do Departamento de Estado norte-americano para as Américas, Gregory Adams, tem manifestado que isto gerou ?a necessidade de estender as operações dos militares estadonidenses?.

Não se trata desta vez de uma invasão ao típico estilo do garrote yanque, se não uma invasão encoberta, a qual parece ser a característica do regime encabeçado por Obama. Honduras, Afeganistão, e agora Haiti assim o demonstram.

O que não muda, como em outras operações encobertas, é que novamente aqui intervêm com muito ênfase a imprensa internacional ao serviço do imperialismo, maquiando a ocupação militar sob a máscara de ?luta contra o terrorismo? ou ?ajuda humanitária?.
Como libertários não podemos ficar silenciosos ante este avanço do Imperialismo que pretende retornar aos piores tempos da colonização. Se as forças socialistas e revolucionárias a nível latino americano e mundial deixem passar esta nova agressão, seremos não só cúmplices dela, se não cometeremos um erro irreversível.

A solidariedade ativa deve fazer-se presente. Por isto chamamos a outras forças revolucionárias a formar um bloco de resistência solidaria contra esta nova invasão do Império.

Por isto devemos impulsionar a conformação de uma Coordenadoria Internacional de Solidariedade com o Haiti, que exija não só a expulsão da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) se não de todo o exército yanqui de ocupação. Esta e outras propostas que possam surgir no calor do apoio aos ?hermanos? haitianos devem ser levadas em conta, discutidas e postas em prática de acordo com a realidade de cada país.

Hoje nós devemos convocar e colocar em marcha a Solidariedade como arma carregada de humanidade e esperança. Hoje não nos devem separar bandeiras, fronteiras, cores, distâncias nem diferenças de nenhum tipo que nos impeçam de unir forças por um povo esquecido que serve como terreno de prática para as ocupações armadas que pretende impor o Imperialismo.
Faz três anos foi o povo Ica no Perú, que sofreu com os estragos da natureza e a indolência de um sistema que se desnudava como impotente frente a dor humana e que só deixava notar mais ainda as enormes distâncias existentes entre ricos e pobres em nosso país. O governo peruano até agora não cumpriu as promessas de reconstrução da cidade devastada. Até hoje nossos irmãos seguem dormindo nas ruas.

Sabemos que quando se empreendem ditos ?chamados de ajuda para os mais pobres? por parte dos governos e setores empresariais que acabam em corrupção, apropriação dos recursos e malversação de fundos. Estes mesmos vêm ocorrendo com o Haiti, onde se pode observar que a população segue em caos e desespero ao não chegar a comida, medicinas, roupa ?enviadas solidariamente?. Ao menos em nosso país não se pode esquecer pontos de coleta para o envio de ajuda, já existem diversas contas bancárias prontas para a ?colaboração?. Chegará esse dinheiro e a suposta ajuda até o Haiti?

Agora, acreditamos que todos os setores com intenção revolucionária, de avanços, socialistas e libertários devem gerar mecanismos de denuncia da estratégia voraz do Imperialismo e seus aliados capitalistas e de apoio para a reconstrução do povo do Haiti.

Por ele, exortamos ao proletariado e ao povo haitiano, a brecar tenazmente esta conjuntura adversa, e construir por cima das ruínas que hoje os rodeiam, sua liberação, como trabalho heróico próprio, desde abaixo por sua emancipação social e resistir a invasão militar capitalista.

Contem com a solidariedade ativa de todos os que lutam a nível internacional pela construção e a instauração do Socialismo e da Liberdade dos povos.

¡Fora tropas de ocupação do Haiti!
¡Contra a farsa humanitária do Imperialismo!
¡Fora yanques de Haiti!
¡Solidariedade ativa e militante com o povo haitiano!
¡Contra o aproveitamento político e econômico da crise no Haiti!
¡Arriba los que luchan!

21 de janeiro de 2010

Livre tradução para a Rede Libertária/BR: Juvei

Fonte:http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/01/463723.shtml

domingo, 24 de janeiro de 2010

Os pecados do Haiti (por Eduardo Galeano)

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto

Para apagar as pegadas da participação estado-unidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:

– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico

Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:

– Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.

Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista

Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objectivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

O Haiti fora a pérola da coroa, a colônia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável

Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes a sua independência, mas tinha meio milhão de escravos a trabalhar nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

O delito da dignidade

Nem sequer Simón Bolíver, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar havia podido reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma ideia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pénis. Por essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indenização gigantesca, a modo de perdão por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.


Fonte:http://historiaemprojetos.blogspot.com/2010/01/eduardo-galeano-os-pecados-do-haiti.html

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