terça-feira, 2 de agosto de 2011

Estados Unidos devolvem peças arqueológicas da tumba de Tutancâmon ao Egito

Peças serão exibidas junto ao restante das antiguidades pertencentes a Tutancâmon no Museu Egípcio do Cairo


Depois de mais de 60 anos, 19 peças arqueológicas do faraó mais famoso do Egito, Tutancâmon (1336-1327 a. C), vão retornar ao país nesta terça-feira (2). De acordo com o Conselho Supremo de Antiguidades egípcias (CSA), o Metropolitan Museum of Art de Nova York decidiu entregar esses objetos após uma série de negociações entre responsáveis egípcios e americanos.
Todas de pequeno tamanho, são destaques um cachorro de bronze, de apenas dois centímetros de altura, um bracelete de lápis-lazúli, em forma de esfinge, e um colar de contas.
Os objetos foram encontrados na tumba de Tutancâmon, descoberta pelo arqueólogo britânico Howard Carter em 1922 na ribeira oeste do rio Nilo, na localidade monumental de Luxor, localizada 700 quilômetros ao sul da capital.
Nessa época, o governo egípcio permitia que eles trabalhassem com recursos próprios para ficarem com uma parte substancial de suas descobertas.
O CSA adiantou que as 19 peças serão exibidas junto ao restante das antiguidades pertencentes a Tutancâmon no Museu Egípcio do Cairo - que deve ser inaugurado em 2012.
(Fonte: Rodrigo Alvares)

Comentário
Este é um assunto sempre polêmico e cada vez mais atual. Só nesta semana mais três museus fizeram devolução de peças “pilhadas” de outros países. No Fórum Social Mundial realizado em Belém (2009), o CCEMP (que ainda não tinha esse nome) conduziu discussões e reflexões sobre esse tema. Na época, os participantes dessas discussões recomendaram:
a devolução, ao povo paraguaio, dos arquivos documentais apropriados pelo Brasil durante a Guerra do Paraguai;
a solicitação ao Nationalmuseet De Copenhagen, Dinamarca, da devolução do Manto Tupinambá. Este manto, belíssimo, feito com penas de guará, foi uma das atrações da Mostra do Redescobrimento, realizada em 2000.



Leituras artísticas sobre esse manto mítico foram feitas pela artista plástica Lygia Pape, o que pode ser conferido na dissertação de mestrado de Sheila Ortega.

(Comentário de Eurípedes Junior, membro do CCEMP)

MPF processa União e Município de Estância por não preservarem imóvel histórico


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O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) processou a União e o município de Estância por não preservarem um imóvel integrante do Patrimônio da União e relevante valor histórico. O prédio em questão, localizado na praça Orlando Gomes Santos (Jardim Velho), em Estância, foi sede da Receita Federal e atualmente se encontra abandonado e com sua estrutura afetada.
Segundo parecer técnico elaborado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Sergipe (Iphan), a edificação é um vestígio da tipologia urbana brasileira dos últimos séculos e é um bem cultural relevante para o contexto histórico do município de Estância. Segundo o parecer, o imóvel tem valor histórico e cultural, de modo que o seu desaparecimento representaria prejuízo irreversível para o patrimônio de Estância.
Para o procurador da República que assina a ação, Rômulo Almeida, houve, no caso, um comportamento apático e de descaso da União na preservação do seu patrimônio. Também o município não adotou providências necessárias à restauração e preservação do bem, desprezando o valor histórico-cultural do imóvel para o conjunto urbano daquela cidade.
O imóvel tem clara relevância para Estância, por isso também o município tem obrigação de manter a integridade do prédio. Também não pode ser ignorado o significado do imóvel para a própria União, vez que o mesmo foi ocupado durante significativo período por um dos órgãos federais mais antigos e relevantes da estrutura do Poder Executivo Federal, integrando obrigatoriamente a história da Receita Federal.

Tendo em vista a degradação do prédio, o MPF/SE pede que a Justiça Federal determine liminarmente que sejam feitas obras emergenciais na estrutura, sob pena de multa diária de R$ 2 mil. Caso contrário,a integridade da estrutura e as feições arquitetônicas originais do imóvel estarão em risco.
O MPF/SE também requer a condenação da União e do município de Estância à obrigação de iniciar, sob pena de multa diária, uma reforma completa e definitiva no imóvel, devendo, para tanto, apresentar um projeto de restauração que deverá ser aprovado pelo Iphan.

Fonte: MPF

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