segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Política da Esperança Não Será Televisionada

Por Por Pablo Robles*

É difícil viver sorrindo em um mundo estampado de tristezas, tragédias e
mentiras. Abrimos a televisão e o que vemos e ouvimos, não poucas vezes, é
puro lixo, da pior espécie, pois além de não poder ser reciclado em
informação nem conhecimento, contamina e apodrece a consciência; a sua, a
minha, a nossa consciência – um tanto quanto inconsciente.

Concluímos que não dá para continuar com a bunda anexada ao sofá, assistindo
de camarote os absurdos disparados dia após dia pela mídia, enquanto o mundo
vai adoecendo, estremecendo e afundando, de omissão em omissão. Quantas
drogas são necessárias para se ignorar o drama da realidade? Quantos vícios
precisam ser fabricados ou reeditados para que nossos sentidos mantenham-se
imunes e indiferentes aos problemas dos outros?

Pessimismos e descalabros à parte, é proibido esquecer que a magia da
esperança dança, feito criança pura, em todo lugar do mundo, em cada ternura
da gente, nas epopéias e agruras dos povos, apesar dos tropeços e recomeços
de suas revoluções, ideologias, instituições e nações. Sem esperança, o amor
não tem cura e a paz nunca dura.

Não deixem que a sensação de fracasso e a epidemia da perdição escureçam
seus passos, suas luzes, seus impulsos regeneradores de rebeldia e ousadia,
sua vocação humanitária, seus ideais de melhoria embalados pela dança da
mudança, aquela que jamais se cansa de avançar, de ensinar e de nos convidar
a encarnar suas coreografias.

Para que novos valores, paradigmas e civilizações floresçam, urge que
reciclemos nossos olhares, revisemos nossas decisões e repensemos nossas
atitudes, antes que até a esperança desista da humanidade – ou pelo menos do
pouco dela que conseguimos reter no decurso de nossas indevassáveis
monstruosidades. Ninguém pode se dar ao luxo de nascer e conviver em
sociedade para não fazer nada pelo bem-estar da coletividade.

Sem os políticos que dizem (retoricamente ou não) nos representar, o
cotidiano seria refém do caos e as relações se rebaixariam a uma disputa
infinita e incontrolável de interesses. No entanto, sem a devida
participação ativa dos cidadãos comuns na formulação, acompanhamento e
fiscalização de suas próprias demandas e aspirações coletivas, a população
civil não passaria de uma massa servil, amorfa, desprovida de consistência
crítica e substância autônoma.

Esse é o tipo de “povo” que as TVs, em geral, buscam forjar: um povo bobo,
tangido pelo medo, identificado globalmente pela negligência local. E o
grande problema é que essa mídia tradicional, conservadora, parcial,
elitista, sensacionalista, entreguista – dogmaticamente privada e sutilmente
golpista – busca nos governar (ou “desgovernar”) a qualquer custo, filtrando
e transmitindo apenas o que lhes convém e deformando o resto.

Não basta simplesmente entrar no ringue das baixarias e competir com a
oposição quem tem mais “denúncias na manga”, quem fede e vacila menos, quem
sai menos mascarado na foto, quem reúne mais pontos em sua biografia. Chega
de dejetos. O Brasil precisa é de projetos que levem seus moradores a
patamares ainda mais sólidos de inclusão social, cuidado ambiental, equidade
econômica, democracia científica e grandeza ética.


*do blog Grito Pacífico
http://gritopacifico.blogspot.com
http://gritopacifico.blogspot.com/2010/02/politica-da-esperanca-nao-sera.html
"mudando o mundo com você"

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mobilização popular no Haiti - Exigem saída das tropas estrangeiras principalmente dos EUA e Brasil



IAR Noticias/Europa Press - 18.02.10
Os seguidores do ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristides iniciaram uma campanha de mobilizações para exigir a saída das tropas estrangeiras, principalmente estadunidenses e brasileiras, implantadas no país após o terramoto de 12 de janeiro, que custou mais de 150.000 vidas [notícias recentes apontam mais de 200 mil – N.T.], segundo estima o Governo.

A oposição à presença militar internacional se nutre, principalmente, dos seguidores de Aristide, derrotado em 2004 e 1991 em meio a interrupções da ordem constitucional que atribuem à influência de Washington, e tem sua base em bairros como Cite Soleil ou Bel Air, onde as pinturas com a cara de Aristide convivem com grafites de Bob Marley ou Martin Luther King.

“Arístides construiu tudo aqui, os brasileiros destruíram”, afirmou um homem chamado Jean em uma das ruinosas ruas de Bel Air em declarações ao correspondente do jornal brasileiro ‘Folha de São Paulo’. Os brasileiros constituem o principal contingente da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH).

Uma das principais tarefas da MINUSTAH foi desarmar grupos relacionados a Aristide entre 2004 e 2007. Os soldados brasileiros “não são nossos amigos’. “Matam o nosso povo”, lamentou um dirigente da Massa Popular, Vanel Louis Paul.

Outros setores da população são mais favoráveis à presença da MINUSTAH, cuja direção militar depende do Brasil, mas o enviado especial da ‘Folha’ destaca que esse “setor radicalizado” existe, algo que tem muito presente na missão internacional.

“Não deixemos de vigiar atentamente e com preocupação a atuação dos partidários de Aristide, pese a sua posição de debilidade”, explicou o chefe de comunicação do batalhão brasileiro da MINUSTAH, o coronel Alan Santos.

Todos os anos os seguidores de Aristide se manifestam no dia 28 de fevereiro em Porto Príncipe para recordar o golpe de Estado contra Aristide de 2004 e pedir a saída da MINUSTAH e, este ano, contarão com cerca de 5.500 antigos integrantes de grupos armados que puderam escapar das prisões no terremoto de 12 de janeiro.

O próprio ex-presidente, que se encontra exilado na África do Sul e reclama, desde ali, seu retorno ao Haiti sob a promessa de não se apresentar nas eleições presidenciais. Entretanto, seu partido, Fanmi Lavalas, segue contando com uma importante influência, sobretudo entre os haitianos mais pobres. “Estamos em todo o país. Nosso partido é o da maioria”, sustenta a presidenta do partido, Maryse Narcisse.

A ex-ministra é mais diplomática ao falar dos brasileiros, ainda que peça um calendário para sua retirada, algo que a ONU sustenta que não ocorrerá dentro de “muitos anos”.

“Não podemos crer que a MINUSTAH vá ficar para sempre. Necessitamos da solidariedade internacional, mas tem de haver dignidade para nós”, afirmou.

Fonte: Rede Contra a Violência.

Direita midiática conspira em São Paulo

Altamiro Borges: Direita midiática conspira em São Paulo
Em quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

No dia 1º de março, no Hotel Golden Tulip, na capital paulista, as estrelas da direita midiática estarão reunidas num seminário cinicamente batizado de "1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão". Não faltarão críticas a Conferência Nacional de Comunicação, sabotada pelos donos da mídia, e às idéias democratizantes do Plano Nacional de Direitos Humanos. O presidente Lula ficará com a sua orelha ardendo. Será rotulado de autoritário, populista e de outros adjetivos. O evento tentará unificar o discurso da mídia hegemônica para a disputa presidencial de 2010.

Os inscritos que desembolsarem R$ 500 poderão ouvir as opiniões de famosos reacionários sobre as "ameaças à democracia no Brasil" e as "restrições à liberdade de expressão". Marcel Granier, dono da golpista e corrupta RCTV, que teve sua outorga cassada pelo governo venezuelano, fará a palestra de encerramento. A lista de palestristas convidados causa náuseas: o fascistóide Denis Rosenfield, o racista Demétrio Magnoli, o pitbul Reinaldo Azevedo, o bravateiro Arnaldo Jabor, o líder da seita xiita Opus Dei, Alberto Di Franco, além de vários comentaristas da TV Globo.

O sinistro Instituto Millenium

O evento, que tem o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert) e da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), é uma iniciativa do sinistro Instituto Millenium. Esta entidade reúne poderosos banqueiros, industriais e barões da mídia e pretende ser um centro de aglutinação dos defensores da "economia de mercado", como descreve seu sítio. Ela é presidida por Patrícia Carlos Andrade, que foi analista dos bancos Icatu e JPMorgan, e é filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, um dos mentores da Central Globo de Jornalismo.

O instituto não tem nada de neutro ou plural. É controlado pelas corporações empresariais. Entre os mantenedores estão Jorge Gerdau, o barão da siderurgia, Sergio Foguel, da Odebrecht, Pedro Henrique Mariani, do Banco BBM, Salim Mattar, do grupo Localiza, e Marcos Amaro, da TAM. O gestor do fundo patrimonial da Millenium é Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central na era neoliberal de FHC. Os barões da mídia têm expressiva presença na entidade. Entre os dez principais mantenedores estão João Roberto Marinho, das Organizações Globo, e Roberto Civita, da Abril. Seu conselho editorial é dirigido por Eurípedes Alcântara, diretor de redação da Veja.

A resposta dos movimentos sociais

O repórter Adriano Andrade, num excelente artigo para o jornal Brasil de Fato, demonstrou que o Instituto Millenium representa a nata da direita brasileira. Patrícia Andrade chegou a assinar o "manifesto contra a ditadura esquerdista na mídia", escrito pelo fascistóide Olavo de Carvalho. A entidade também promove anualmente o risível "dia da liberdade de impostos". Para o repórter, a Millenium lembra duas instituições que tiveram papel de relevo na preparação do golpe militar de 1964 - o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), ambos financiados pelo governo dos EUA e pelos grupos monopolistas nativos.

O evento de 1º de março bem que mereceria uma resposta organizada dos movimentos sociais, alvo das manipulações constantes da mídia hegemônica. O demonizado MST, as ridicularizadas centrais sindicais, a estigmatizadas entidades estudantis, além das forças opostas a todos os tipos de discriminação, como a de gênero e a racial, poderiam aproveitar este evento conspirativo da direita midiática para protestar contra a "criminalização dos movimentos sociais e pela autêntica liberdade de expressão". Nada mais democrático do que protestar contra a ditadura da mídia.

A Sociedade Mundial da Cegueira

Leonardo Boff *

O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o português José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.
Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são
muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.
Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90? Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.
É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria Gaia que não é tema da New Age; mas, resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluídos os seres humanos.
Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais. A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia continuar habitável por nós e por outros seres vivos?
Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.
Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser compreendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.
[Autor de A nova era: a consciência planetária, Record (2007)]

* Teólogo, filósofo e escritor

Bóris Casoy - BOICOTE À BAND



Assim como São Luiz do Maranhão todas as cidades deveriam estampar a indignação frente à fala do jornalista que deveria ser, não apenas demitido, mas julgado e impedido de exercer a profissão!!!!

BOICOTE À REDE BANDEIRANTES DE TELEVISÃO!!!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Nota Pública - CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS
Criado pela Lei 5.165 de 20 de dezembro de 1995


NOTA PÚBLICA

O Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, no seu compromisso de defender a dignidade humana e nesse sentido se contrapor a toda e qualquer forma de violência, vem a público, consternado, manifestar profunda solidariedade às famílias das vítimas da violência no Espírito Santo.

A tragédia que estamos mergulhados, marcada pela descartabilidade da vida humana e fortemente vinculada a um excludente modelo de socialização das riquezas, exige de todos nós, sociedade e Estado, a construção de um novo paradigma de segurança pública para além daquele meramente punitivo, repressivo e violador dos Direitos Humanos.

É inequívoca a falência do sistema de segurança e justiça tal qual se apresenta hoje. Falam por si os 2021 assassinatos no ano de 2009, a maioria de jovens anônimos, negros e pobres. A morte da comerciante Ana Rita Pegoretti, vítima de bala perdida na tarde desta quarta-feira, é mais um trágico capítulo dessa história.

A complexidade que envolve as causalidades da violência, da mesma forma se faz presente no seu enfrentamento e passa também por uma cultura de paz no seio social. É preciso, no entanto, enfatizar o papel do Estado e particularmente do Governo em assumir compromissos efetivos com a alteração desse quadro. A criação de uma Secretaria Estadual da Cidadania e dos Direitos Humanos – com a responsabilidade de pautar a dignidade humana como centro de todas as políticas públicas e com estrutura e orçamento condizentes com o seu desafio – demonstraria essa disposição governamental. Essa é uma dívida que há muito o Estado possui com o povo capixaba e que a história, nesse momento, já exibe a fatura.

Vitória, 18 de fevereiro de 2010.

BRUNO ALVES DE SOUZA TOLEDO
Presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

II Congresso Internacional - Núcleo de Estudos das Américas

Homenagem ao 60º aniversário da UERJ

In Memoriam

Prof. Andrzej Dembicz-CESLA/Universidade de Varsóvia

Período: 20 a 24 de setembro de 2010

Local : Campus da UERJ - Maracanã


PRIMEIRA CIRCULAR


O Núcleo de Estudos das Américas promoverá o seu II Congresso Internacional nos dias 20, 21, 22, 23 e 24 de setembro de 2010, sob o tema Américas: Sistemas de Poder, Integração, e Pluriculturalidade. O II Congresso será realizado em homenagem aos 60º aniversário da UERJ e In Memoriam ao Professor Andrzej Dembicz, Diretor do Centro de Estúdios Latinoamericanos /Cesla da Universidade de Varsóvia. O Congresso será realizado no Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Os objetivos do II Congresso Internacional do Núcleo de Estudos das Américas visam a refletir sobre os processos sociais, econômicos, políticos e culturais americanos, reexaminar e analisar problemas internos dos distintos países ou regiões e suas relações internas e externas. O Congresso pretende também estreitar os espaços pluriculturais com a finalidade de fortalecer as relações mútuas entre as instituições americanas.

A UERJ oferece o seu espaço para a apresentação de debates, discussões e diálogos que contribuam para o fortalecimento da cidadania, da liberdade de expressão, tolerância e solidariedade entre as diversas culturas.

Estrutura do Congresso. O Congresso constará das seguintes atividades:

Simpósios - reuniões temáticas de participação limitada. Entre as proposta enviadas serão selecionados pelos coordenadores do Congresso até 20 Simpósios.

Atividades plenárias: Duas sessões plenárias (de inauguração e de encerramento) Duas conferências magistrais plenárias proferidas por convidados de prestígio internacional;

Mesas redondas sobre temas de interesse, com professores convidados.

Temas apresentados pelo Comitê

Sistemas de Poder, Construção dos Estados Nacionais e interpretações teóricas.
Gênero, identidade - igualdade e diferenças.
Educação – Políticas Afirmativas e Ética.
Cultura e Representações de imagem, som e outras expressões nas Américas.
Sociedades Pluriculturais, Etnicidade e Identidade.
Direitos Sociais, Inclusão Social e Cidadania.
Centroamérica, Mesoamérica e Caribe – discussões conceituais e novas abordagens.
América Andina - nações, etnias e persistência identitária.
Integração regional na América Latina - cultura, etnicidade, economia e política.
Economia, Mercado, Globalização e Relações Internacionais.
América Antiga - identidade, representações culturais e historiografia.
Espaços - Urbanos e Rurais – conceitos e paradigmas.
Saúde, Políticas Públicas e Medicina Tradicional.
Políticas Ambientais e Direitos Sociais.
Movimentos sociais e revoluções nas Américas.
Educação indígena – novas metodologias
Políticas de Inclusão/nova visão do excluído – Direitos da criança e do adolescente
Economia e dinâmicas transnacionais no século XX e XXI.
Patrimônio cultural, novos conceitos e Políticas Culturais.


O II Congresso está estruturado em Conferências, Simpósios e Mesas-redondas, que deverão versar sobre a temática central do Congresso Américas: Sistemas de Poder, Integração, e Pluriculturalidade. A proposta de simpósios e mesas-redondas deverá ser encaminhadas aos membros do Comitê Organizador. Cada simpósio não pode ser inferior a 8 participantes e ultrapassar 15 inscritos. As mesas-redondas, previamente organizadas, deverão constituir-se de , no mínimo 3 e, no máximo quatro integrantes. As inscrições devem vir acompanhadas pela ficha individual (do participante) e indicando a atividade da qual vai participar. Os trabalhos inscritos individualmente serão analisados pela Comissão Organizadora e reunidos sob forma de mesas-redondas.

Os resumos devem ter, no máximo, 15 linhas em padrão (fonte times New Roman, tamanho 12).


Datas e Prazos:

- Inscrições para Simpósios e Mesas-redondas - 10 de março a 25 de maio

- Inscrições para comunicações – a partir de 30 de maio, após a divulgação dos Simpósios e respectivos Coordenadores.


A inscrição será realizada diretamente com os coordenadores dos Simpósios, obedecendo ao calendário apresentado pela Comissão Organizadora.


Somente poderão apresentar comunicações

1. Professores e alunos de pós-graduação.

2. Alunos de Iniciação Científica com pesquisa em curso financiada pela Universidade ou Órgãos de Fomento, com a participação do professor orientador, que poderão apresentar os resultados de seus trabalhos

Alunos de graduação só poderão participar como ouvinte e receberão o Certificado de Ouvinte.

OBS.:
Concurso de monografia – Para alunos de Pós- graduação
Será oferecido um prêmio ao primeiro colocado no concurso de monografia sobre “UERJ –60 anos de luta pelos direitos à cidadania”


Os valores das inscrições são:

Até 30 de Maio de 2010

TIPO DE PARTICIPAÇÂO

Participantes com apresentação - R$ 130,00

Participantes sem apresentação - R$ 70,00

Estudantes de Pós-Graduação com apresentação - R$ 80,00

Estudantes de Pós-Graduação sem apresentação - R$ 50,00

Estudantes de Graduação - R$ 20,00

Ouvintes (sem material e certificado) - LIVRE

Ouvintes com material e certificado - R$ 30,00


Até 31 de julho de 2010
TIPO DE PARTICIPAÇÂO

Participantes com apresentação - R$ 150,00

Participantes sem apresentação - R$ 80,00

Estudantes de Pós-Graduação com apresentação - R$ 90,00

Estudantes de Pós-Graduação sem apresentação - R$ 70,00

Estudantes de Graduação - R$ 30,00

Ouvintes (sem material e certificado)- LIVRE

Ouvintes com material e certificado - R$ 35,00

O pagamento será realizado através de depósito bancário (informações sobre o Banco na II Circular).

As fichas de inscrição, currículos resumidos ( 10 linhas ) e comprovantes de inscrição ,gravados em CD, deverão ser remetidos à secretaria do evento em nome da professora Elizabeth Nazareth, por correio comum ou diretamente na Secretaria do Nucleas/UERJ:

Nucleas – Núcleo de Estudos das Américas
Rua São Francisco Xavier, 524 sala 7003 Bloco B
Maracanã – Cep. 20 550 013
Rio de Janeiro - Brasil
Tel/Fax - 55 21 2334 0157

Secretaria Geral
Profa. Elizabeth Nazareth -
e-mail: congressonucleas@gmail.com

Paulo Roberto dos Santos
e-mail: nucleas.uerj@gmail.com; congressonucleas@gmail.com

Somente serão analisados os resumos que vierem acompanhados com a ficha de inscrição e cópia do recibo de pagamento. Se o trabalho não for aceito o NUCLEAS devolverá a taxa de inscrição, através de depósito bancário.

Site: www.nucleasuerj.com.br

Atenciosamente,

Profa. Maria Teresa Toribio Brittes Lemos
Organizadora Geral

Gestão Cultural e Participação Cidadã - ARGENTINA

Gestão Cultural e Participação Cidadã

Data: 20/05/2010 - 22/05/2010
Até o dia 25 de março se recebe resumos para o terceiro encontro sul-americano que acontecerá em San Luis, Argentina.

O evento desenvolverá discussões e apresentações sobre as mais diversas temáticas, baseadas na idéia da participação cidadã na área cultural. Entre os temas estão: produção de serviços culturais, antropologia cultural, povos originários e gestão cultural, patrimônio cultural, educação, políticas locais e globais de cultura, cooperação internacional, entre outros.

O evento acontecerá de 20 a 22 de maio, em San Luis, Argentina, e os resumos podem ser enviados até no dia 25 de março para o correio ecoculturaargentina@gmail.com
Para saber mais: www.ecoculturaargentina.blogspot.com

Fonte:
http://divercult.net/pt-br/evento/gestao-cultural-e-participacao-cidada

Cultura do Rio terá 1% do orçamento a partir de 2010

O Plano Plurianual (PPA) da Prefeitura do Rio de Janeiro prevê que até 2012, a Secretaria de Cultura ficará com 1% da arrecadação municipal (ISS, IPTU e outros impostos), contra 0,6% que tinha até este ano.

A decisão é uma luta antiga da área de cultura e consta da Proposta de Emenda à Constituição n° 150 (PEC 150) atualmente tramitando no Congresso Nacional e que determina os percentuais a serem destinados à cultura: 2% do orçamento federal, 1,5% do orçamento estadual e 1% do orçamento municipal.

Com este orçamento já garantido no PPA, a secretária Municipal de Cultura, Jandira Feghali, teve uma audiência na Câmara Municipal, no dia 14, para falar sobre os principais projetos:

-Segundo Turno Cultural: uma intervenção que sustenta o turno integral nas escolas do amanhã. Serão 450 oficinas de arte em 150 escolas em 2009. Custa cerca de R$ 4,5 milhões. Para ampliar para as demais escolas do município (são 1063), é preciso haver mais recursos.

-Compra de equipamentos de som e luz para os teatros e lonas culturais. Quatro delas vão entrar em obras. Construção da Lona da Pavuna, que será um teatro de alvenaria orçado em R$ 2 milhões.

-O Cine Imperator, no Méier, vai virar um espaço multiuso, com três cinemas e duas salas de espetáculos, uma pequena e outra grande com cerca de mil lugares, espaços para cursos e oficinas, para a juventude e um parque infantil no teto. Atualmente o teatro é do governo do Estado que vai repassá-lo ao município. Já existe um projeto que está em fase de orçamento. Espera-se começar as obras em 2010, num investimento que passará de R$ 20 milhões. A Secretaria Municipal de Cultura estuda o melhor modelo de gestão, busca parcerias, mas certamente entrará com aporte de dinheiro.

-Pontões e Pontos de cultura: serão nove pontões (em Acari, Penha, Alemão, Maré, Senador Câmara, Reta João XXIII, Vila Kennedy, Cidade de Deus e Santa Marta), cada um ao custo de R$ 500 mil anuais. Estes pontões vão estimular as manifestações culturais locais e dar oportunidade para o surgimento de outras. Por exemplo, no morro Santa Marta, onde já há duas escolas de samba (São Clemente e Mocidade Unida de Santa Marta), aulas de música clássica e de audiovisual, haverá incentivo a estas atividades e outras que os moradores escolherem.

-Quanto aos pontos de cultura, serão criados 100 em toda a cidade com orçamento de R$ 60 mil por ano. A idéia é dar protagonismo às pessoas que produzem cultura em áreas com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Haverá edital para escolha deles e o critério será privilegiar a diversidade das manifestações culturais.

-Iluminação cenográfica no Centro do Rio, na região do Largo de São Francisco.

-Criação do Distrito Cultural da Praça 11.

-Criação do Centro de Referência de Cultura da Juventude – para menores de 18 anos, em local ainda a ser escolhido, no Centro da Cidade.

-Projetos para a região do porto: Museu Histórico da Cidade, Mercado Popular de Artesanato, Centro de Referência do Design.

FONTE:http://cucario.blogspot.com/2009/09/cultura-do-rio-tera-1-do-orcamento.html

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bloco Loucura Suburbana

Convidamos todos para o desfile do Bloco Loucura Suburbana, nesta quinta dia 11 às 16 horas no Engenho de Dentro (Ramiro Magalhães, 521). O bloco, em seu 10º ano de desfile, foi um precursor do movimento de renovação dos blocos no bairro, e este ano tem o bonito tema "De Lagarta a Borboleta". É uma loucura total, com usuários dos serviços psiquiátricos do Instituto Municipal Nise da Silveira (ex Centro Psiquiátrico Pedro II), frequentadores do Museu de Imagens do Inconsciente, comunidade, técnicos e quem mais vier. A bateria é da Caprichoso de Pilares.

Venham e aproveitem.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

REMOÇÃO NÃO!

ATO PÚBLICO CONTRA REMOÇÃO

10∕02∕2010 – QUARTA-FEIRA – 10H

Em frente à Prefeitura na Cidade Nova

VENHA SE JUNTAR A NÓS:

A nossa luta é pelo direito à Cidade, pelo respeito a nossa pessoa, à nossa moradia, ao nosso trabalho.
Pela inclusão nos benefícios da cidade, transporte público de qualidade, saneamento básico, regularização fundiária e controle social dos projetos esportivos.

SOMOS CONTRA:
Remoção forçada, gastos públicos com grandes eventos, reforma urbana que somente favorece os ricos, limpeza social e choque de ordem.
As 119 Comunidades ameaçadas de remoção e as ocupações ameaçadas de despejo denunciam a política de exclusão social do Prefeito Eduardo Paes.

Movimento Olimpíadas Não Justificam Remoção

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Evento Madalena

No dia 6 de fevereiro às 19:30h, acontece no Centro de Teatro do Oprimido (Av. Mem de Sá 31, Lapa) o evento Madalena - teatro das oprimidas, com apresentação pública das produções artísticas resultantes do Laboratório Madalena (peças, performances, esculturas, pinturas, instalações, poesias etc), seguido de painel de discussão do tema apresentado. Ingressos GRÁTIS.

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Laboratório Madalena, por Ney Motta (assessor de comunicação do Centro de Teatro do Oprimido)

Sempre buscando inovação nos processos de trabalho e aprofundando as pesquisas sócio-culturais das opressões, o Centro de Teatro do Oprimido realiza no Brasil, além de Guiné-Bissau e Moçambique, países da África lusófona, de janeiro a maio de 2010, o Laboratório Madalena. Trata-se de uma experiência cênica voltada exclusivamente para mulheres empenhadas em investigar as especificidades das opressões enfrentadas pelas mulheres e em atuar para a criação de medidas efetivas que contribuam para a superação dessas opressões e para a igualdade dos gêneros.

Segundo a socióloga Bárbara Santos, a experiência busca percursos de expressões estéticas e narrativas a partir do corpo feminino, esse corpo que ao longo dos séculos permaneceu escondido, protegido e oprimido pelo corpo masculino e hoje parece protagonizar, como objeto e sujeito, a ribalta de nossa sociedade midiática.

O corpo da mulher despido, exibido, sensual, trivial, reinventado, prostituído, espremido e despedaçado nos outdoors, nas páginas das revistas, nas passarelas da moda e do samba, é o melhor veículo para venda de qualquer produto. É no corpo feminino que se trava hoje, mais do que no masculino, o embate entre os hábitos ancestrais e a defesa dos direitos humanos fundamentais. Essa condição comporta ilusões, feridas, contradições e uma busca urgente de significados.

O ponto de partida para o Laboratório Madalena ocorreu em dezembro de 2009 com duas oficinas no Rio de Janeiro, sendo uma delas composta por um grupo de trabalhadoras domésticas nordestinas. A partir de janeiro de 2010, pelo menos quatro laboratórios acontecem no Ceará, Rio de Janeiro, além de Guiné-Bissau e Moçambique, países da África lusófona. As produções artísticas resultantes desses laboratórios (peças, performances, esculturas, pinturas, instalações, poesias, músicas etc) circulam localmente, estimulando a discussão pública a respeito das opressões e violência contra o corpo da mulher, mesmo em tempos de revolução de hábitos e vivências, e da emancipação da mulher em diversos contextos sociais. Neste momento, todos os homens são convidados a atuar como espect-atores¹, nos eventos-espetáculos (geralmente um Teatro-Fórum). "Essa participação fundamental para ativação de um diálogo propositivo que busque a transformação da realidade", afirma a diretora Alessandra Vannucci.

Vencedor do Prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura, com patrocínio do Ministério da Cultura/Funarte e realização do Centro de Teatro do Oprimido, por iniciativa de Alessandra Vannucci, diretora teatral italiana, premiada no Brasil com o Prêmio Shell 2006 por 'A Descoberta das Américas' e na Itália com o Prêmio Arlecchino d'Oro 2007 por 'Arlecchino all'inferno', o Laboratório Madalena integra a residência artística da diretora no Projeto Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto.

As experiências cênicas do 'Laboratório Madalena' estão sendo desenvolvidas por Alessandra Vannucci e Bárbara Santos, socióloga e curinga² do Centro de Teatro do Oprimido, que possui larga experiência na formação de grupos populares no Brasil e na África, além de coordenar de programas de formação. A participação das mulheres segue por meio de uma convocatória pública distribuída e replicada, utilizando-se especialmente a internet.

Para apresentar os primeiros resultados da pesquisa, no dia 28 de maio, no Largo da Lapa, Rio de Janeiro, acontecerá o evento Madalena ocupa a Lapa, com apresentação de peças, performances, poesias (Madalena Encena), esculturas, pinturas, instalações (Madalena Expõe), show musical comandado por mulheres (Madalena Canta) e lona de discussão sobre a situação da mulher na sociedade atual (Madalena Debate).

A experiência está sendo registrada para o documentário Madalena e será publicada na Metaxis, a Revista do Centro de Teatro do Oprimido.

Trailer do Filme "Atrás da Porta"

http://www.youtube.com/watch?v=5cSJKCqjzeQ

filme retratando as experiencias de ocupações urbanas e a política de repressão do Estado contra os trabalhadores e movimentos que lutam por moradia. Com imagens da ocupação Guerreiros do 510/234 da avenida men de sá e outras experiencias de ocupação que foram reprimidas.

Fonte: Rede Contra a Violência

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Proposta de Nova Lei da Cultura vai ao Congresso

>>Leia o Projeto de Lei na íntegra

Mais informações: http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet

Haiti. Comunicado das organizações populares: As perspectivas após a catástrofe

“Honra e respeito à população de Porto Príncipe! Foi a extraordinária solidariedade manifestada pela população da região metropolitana que durante os três primeiros dias depois do terremoto respondeu com a auto-organização construindo 450 campos de refugiados que contribuíram para salvar milhares de pessoas graças ao fato de partilharem de forma comunitária todos os recursos disponíveis (alimentos, água, roupas)”.

O relato é do comunicado redigido por uma série de organizações populares do Haiti acerca da catástrofe que atingiu o país. As organizações declaram também sua “indignação frente à utilização da crise haitiana para justificar uma nova invasão de 20 mil marines norte americana (...) não aceitamos que o nosso país seja transformado em uma base militar”, afirmam elas.

A tradução é do Cepat.- Curitiba, Parana

Eis o comunicado.

A todos os nossos aliados:


No dia 12 de janeiro de 2010, um terremoto de enorme violência atingiu nosso país com consequências dramáticas para as populações de vários municípios dos Departamentos do Oeste, do Sudeste e do conjunto do país. Este terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter e as perdas irreparáveis que provocaram enlutaram nosso país deixando dores insuportáveis. Este drama que nos afeta hoje é sem dúvida alguma um dos mais graves de nossa história e a causa de um traumatismo profundo que marcará o século XXI haitiano.

Os balanços parciais até aqui tentam medianamente expressar uma realidade espantosa e indizível: o horror que vivemos juntos durante estes 35 segundos intermináveis que, em 12 de janeiro, deixou um pesado tributo de dores e de lágrimas. Mais de 150 mil mortos, 500 mil feridos, mais de um milhão sem teto, dezenas de milhares de amputados, mais de 300 mil pessoas refugiadas, mais de três milhões de seres devastados que, em um minuto, viram transformar para sempre suas vidas, suas famílias e suas sociedades. Uma sociedade inteira traumatizada que vive no medo permanente de um possível novo terremoto.

Todas nossas organizações foram profundamente sacudidas por este acontecimento. Perdemos familiares, companheiros de trabalho, crianças, jovens, profissionais cheios de promessas, de sonhos e de capacidades, edifícios, equipes, ferramentas de trabalho e uma documentação imensa baseada em mais de 30 anos de experiências coletivas com as organizações e as comunidades de base. As perdas são imensas e irreparáveis.

É indispensável apesar da dor que todos e todas sentimos refletir sobre o que acaba de acontecer e tirar dessa experiência trágica as lições e as orientações que nos permitam continuar com o nosso incansável trabalho de construção de outro país capaz de vencer o ciclo de desgraça e dependência e de se colocar à altura dos sonhos de emancipação universal de seus fundadores e de todo o povo haitiano.

O tamanho do desastre está vinculado sem duvida alguma a natureza do Estado em nosso país, uma herança histórica colonial e neocolonial e a implementação das políticas neoliberais ao longo das últimas três décadas. A hipercentralização ao redor da ‘República do Porto Príncipe’ definida pela ocupação norte-americana de 1915 é sem dúvida um dos fatores determinantes. Em particular, a liberalização completa do mercado dos bens imobiliários abriu um espaço de especulação desenfreada aos aproveitadores de todo tipo.

Comove-nos profundamente a extraordinária solidariedade manifestada pela população da região metropolitana que durante os três primeiros dias depois do terremoto respondeu com a auto-organização construindo 450 campos de refugiados que contribuíram para salvar milhares de pessoas graças ao fato que partilharam de forma comunitária todos os recursos disponíveis (alimentos, água, roupas). Honra e respeito à população de Porto Príncipe! Estes mecanismos espontâneos de solidariedade devem desempenhar um papel essencial no processo de reconstrução e de re-conceitualização do espaço nacional.

Enviamos esta carta a nossos colaboradores das diversas redes nacionais e internacionais, das quais fazemos parte, com o objetivo de informar sobre os passos que temos dado e sobre nossos objetivos a curto, médio e longo prazo.

Faz mais de uma semana nosso grupo de organizações e de plataformas se reúne com frequência com o objetivo de fazer frente a esta nova situação definindo novas estratégias e implementando novas maneiras de trabalhar. Assim, nós, os responsáveis das organizações e plataformas que assinamos esta carta, depois de vários encontros para analisar a nova situação e definir estratégias comuns adotamos uma posição baseada nos seguintes eixos:

- Contribuir para preservar os principais êxitos dos movimentos sociais e populares haitianos ameaçados pela nova situação;

- Contribuir na resposta às necessidades urgentes da população organizando centros de serviços comunitários capazes de responder de forma adequada às seguintes necessidades: alimentação, atenção a saúde primária, assistência médica e psicológica em resposta aos traumas sofridos no momento do terremoto;

- Aproveitar o fato de que os grandes meios de comunicação olham nosso país para difundir uma imagem diferente da projetada pela forças imperialistas;

- Implementar novas formas de atuar que permitam superar a atomização e a dispersão que constituem uma das principais debilidades de nossas organizações. Este processo de aproximação deve se constituir com a estruturação de um espaço comum que possa acolher provisoriamente nossas seis equipes que continuam trabalhando de modo autônomo uma vez que implementaram mecanismos permanentes de intercâmbios e de trabalhos mutualizados. Estaremos atentos em fazer prevalecer um enfoque coletivo na busca de respostas comuns a nossos problemas na construção de uma alternativa democrática popular efetiva e viável.

Quanto à situação de urgência, estamos instalando centros de serviços. Um de nossos centros já implementado e em operação acolhe 300 pessoas que recebem comida duas vezes ao dia e estão protegidas sob tendas.

O centro oferece também consultas médicas e acompanhamento psicológico. Estes serviços são também proporcionados as pessoas que moram nos campos de refugiados na região. No centro da avenida Popupelard funciona graças ao apoio de profissionais haitianos (médicos, enfermeiros, psicólogos, trabalhadores sociais) apoiados por médicos alemães da organização de socorro Cabo Anamur. Tratamos de instalar centros similares em outros bairros da região metropolitana duramente afetadas pelo terremoto nos quais não existe nenhuma oferta de serviços dessa natureza. Instalaremos 4 nos bairros de Carrefour (Martissant, Fontamara) e de Gressier. Contamos com a solidariedade de todos nossos colaboradores para assegurarmos um funcionamento eficiente.

Ao mesmo tempo, nossas 2 plataformas e 4 organizações instalaram um ponto focal de encontros e de coordenação no local de FIDES-Haïti. Estamos dispostos a acolher nesse espaços novas plataformas e organizações do movimento democrático popular. Comprometemo-nos em mobilizar os diferentes componentes desse movimento para ampliar os esforços para socorrer aos sobreviventes e, de outro lado, para formular um plano comum para a reabilitação de nossas instituições e organizações. Apresentaremos esse plano e os projetos concretos que o acompanham brevemente.

A ajuda urgente da qual participamos é alternativa e temos a intenção de desenvolver um trabalho de denúncia das praticas tradicionais em matéria de intervenções humanitárias, as quais não respeitam a dignidade das vítimas e se inscrevem no marco de um processo de fortalecimento de nossa dependência. Lutamos por uma ajuda humanitária adaptada e respeitosa a nossa cultura e de nosso entorno e que não destrua as construções de economia solidária elaboradas faz várias décadas pelas organizações de base com as quais trabalhamos.
Para terminar queremos saudar, a extraordinária generosidade da opinião publica mundial manifestada pelo drama que vivemos. Somos gratos e acreditamos que é o momento de construir um novo olhar sobre o nosso país que permita construir uma solidariedade autêntica livre dos reflexos paternalistas de piedade e inferiorizarão. Deveríamos trabalhar para manter esta vigorosa solidariedade para além da excitação midiática. A resposta à crise demonstra que em certas situações os povos do mundo são capazes de ir para além das leituras superficiais e estereotipadas de corte sensacionalista.

A ajuda humanitária massiva é hoje indispensável dada a amplitude da catástrofe, mas deve ser estruturante articulando-se com uma visão diferente do processo de reconstrução. Deve romper com os paradigmas que dominam os circuitos tradicionais da ajuda internacional. Desejaríamos ver nascer brigadas internacionalistas de solidariedade que trabalhariam junto com as nossas organizações na luta pela realização de uma reforma agrária e de uma reforma territorial urbana integrada à luta contra o analfabetismo e para repovoação florestal, na edificação de novos sistemas educativos e de saúde universais, descentralizados e modernos.

Devemos também proclamar nossa cólera e nossa indignação frente à utilização da crise haitiana para justificar uma nova invasão de 20 mil marines norte americana. Denunciamos o que pode converter-se em uma nova ocupação militar, a terceira de nossa historia por tropas norte-americanas. Inscreve-se obviamente na estratégia de remilitarização do Caribe no marco da resposta do imperialismo a rebelião crescente dos Povos do continente frente à mundialização neoliberal.

Inscreve-se também em uma estratégia de guerra preventiva frente a uma insurreição eventual e social que viria de um Povo esmagado pela miséria em que se encontra em uma situação de desespero. Denunciamos o modelo aplicado pelo Governo norte-americano e a resposta militar frente a uma trágica crise humanitária. Ao se apoderar do aeroporto Toussaint Louverture e de outras infra-instrutoras estratégicas do país, privaram ao Povo haitiano de uma parte das contribuições que vinham do CARICOM, da Venezuela e de alguns países europeus.

Denunciamos o método aplicado e não aceitamos que o nosso país seja transformado em uma base militar.
Nós, dirigentes das organizações e das plataformas iniciadoras dessa gestão, escrevemos-lhes hoje para transmitir nossa primeira analise da situação. Estamos convencidos que vocês – como já têm demonstrado – continuarão acompanhando nosso trabalho e nossa luta no marco da construção de uma alternativa nacional, que será fonte do renascimento de nosso país golpeado por uma catástrofe horrível e que lutará para sair do ciclo da dependência.

Porto Príncipe, 27 de janeiro de 2010.
Pelo Comitê de coordenação:
Sony Estéus - Diretor SAKS
Camille Chalmers - Diretor PAPDA

Marie Carmelle Fils-Aimé – Officier de Programme ICKL
Pelas organizações e plataformas que participam dessa iniciativa:
Marc Arthur Fils-Aimé, Institut Culturel Karl Léveque (ICKL)
Maxime J. Rony, Programme alternatif de Justice (PAJ)
Sony Estéus, Sosyete Animasyon ak Kominikasyon Sosyal (SAKS)
Chenet Jean Baptiste, Institut de Technologie et d’animation (ITECA)
Antonal Mortimé, Plataforma de Organizações Haitianas de Direitos Humanos (POHDH) que agrupa: Justice et Paix (JILAP), Centre de recherches Sociales et de Formation pour le Développement (CRESFED), Groupe Assistance Juridique (GAJ), Institut Culturel Karl Léveque (ICKL), Programme pour une Alternative de Justice (PAJ), Sant Karl Lévèque (SKL), Réseau National de Défense des Droits Humains (RNDDH), Conférence haïtienne des Religieux (CORAL-CHR)
Camille Chalmers, Plataforma haitiana de Advocacia por Desenvolvimento Alternativo (PAPDA) que agrupa : Institut de Technologie et d’animation (ITECA), Solidarite Fanm Ayisyèn (SOFA), Centre de Recherches Actions pour le Développement (CRAD), Mouvaman Inite Ti Peyizan Latibonit (MITPA), Institut Culturel Karl Léveque (ICKL), Association Nationale des Agroprofessionnels Haïtiens (ANDAH).

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fórum Social Urbano

Próxima PLENÁRIA DE ORGANIZAÇÃO do FSU
Dia 02 DE FEVEREIRO às 17HS
Local: AÇÃO DA CIDADÂNIA


Fórum Social Urbano
Nos bairros e no mundo, em luta pelo direito à cidade, pela democracia e justiça urbanas, Rio de Janeiro, Brasil
22 - 26 março de 2010


APRESENTAÇÃO

Em março de 2010, a cidade do Rio de Janeiro irá receber o V Fórum Urbano Mundial. Organizado a cada dois anos pela Agência Habitat da Organização das Nações Unidas (ONU), a expectativa é que este ano o encontro reúna cerca de 50 mil pessoas de todo o mundo.

As edições anteriores do FUM foram dominadas pelas delegações oficiais, enquadradas pela retórica e agenda das organizações multilaterais – Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Aliança de Cidades, entre outras. Palavras, palavras, palavras... mas também um reiterado esforço de impor às cidades de todo mundo, em particular dos países periféricos, o modelo da cidade-empresa competitiva, dos grandes projetos de impacto, que aprofundam as desigualdades e os processos de aburguesamento. A retórica do alívio da pobreza não consegue esconder os fracassos de uma política que submete nossas cidades à lógica do mercado, tanto mais que se desconhecem, ou se silenciam, os mecanismos e processos que produzem e reproduzem cidades desiguais, social e ambientalmente injustas.

Em suas várias edições o FUM também tem sido incapaz de abrir espaço àqueles e àquelas que, em todas as cidades do mundo, resistem à lógica implacável da cidade-empresa e da cidade-mercadoria, que lutam por construir alternativas aos modelos adotados em vários governos, e difundidos pela “ajuda” internacional nem sempre desinteressada e por consultores, assim como por conferências e congressos mundiais onde a miséria urbana de milhões se transforma em frias estatísticas e promessas nunca cumpridas.

Por estas razões, os movimentos sociais e organizações do Rio de Janeiro vimos convidar todos os movimentos sociais e organizações da sociedade civil do mundo a construírem conosco um espaço de ampla e livre manifestação e debate no Fórum Social Urbano. Será um espaço e um tempo para nos conhecermos e reconhecermos, para trocarmos experiências e construirmos coletivamente a perspectiva de uma outra cidade: democrática, igualitária, comprometida com a justiça social e ambiental.

OBJETIVOS

O objetivo do Fórum Social Urbano é o de possibilitar o diálogo, a troca de experiências, a expressão da diversidade e o fortalecimento das articulações de movimentos sociais e organizações do mundo inteiro.

O Fórum Social Urbano se coloca também como uma oportunidade única para desvendar a verdadeira cidade que procuram esconder atrás dos muros e tapumes, assim como atrás dos discursos sobre cidades globais com os quais muitos governos justificam investimentos bilionários em grandes eventos de marketing urbano. Neste sentido, os movimentos e organizações anfitriãs pretendem oferecer aos participantes internacionais e nacionais a possibilidade de conhecer um Rio de Janeiro que não está nos cartões postais nem na propaganda oficial, um Rio de Janeiro injusto e feio, mas que é também rico de resistência e criatividade popular.

ATIVIDADES

De 23 a 26 de março de 2010, em paralelo às atividades do Fórum Urbano Mundial estarão se realizando as atividades do Fórum Social Urbano.

As atividades se organizarão como segue:

- painéis e debates em torno a 4 Eixos: Violências Urbanas e Criminalização da Pobreza; Megaeventos e a Globalização das Cidades; Justiça Ambiental na Cidade; Grandes Projetos Urbanos, Áreas Áreas Centrais e Portuárias;
- mesas e debates propostos por movimentos e organizações do Brasil e de outros países;
- exposições e projeções de vídeos;
- manifestações culturais;
- outras que forem propostas.

OS EIXOS

-Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas
Militarização das periferias e bairros populares. Criminalização da pobreza e dos imigrantes. Violências urbanas, em suas múltiplas manifestações. Racismo, machismo e homofobia na cidade. A violência contra as mulheres. Repressão e criminalização dos militantes populares e dos direitos humanos.

- Megaeventos e a Globalização das Cidades
Copa do Mundo, Olimpíadas, exposições internacionais. Impactos de megaeventos internacionais nas cidades, a partir das experiências internacionais e do Rio de Janeiro. Quais são os “legados” e quem são seus beneficiários?

- Justiça Ambiental na Cidade
Meio ambiente, desigual e organização do espaço urbano. Saneamento, saúde e meio ambiente. Racismo ambiental. Conflitos ambientais e as lutas de resistência. Mudanças climáticas e as cidades.

- Grandes Projetos Urbanos, Áreas Centrais e Portuárias
“Revitalização” dos centros urbanos e áreas portuárias. Mobilidade. Processos de aburguesamento. Expulsão das populações tradicionais através da violência e através do “mercado”. Grande capital, parcerias público-privadas e a especulação fundiária. Globalização e capitalismo nas cidades.

OUTRAS ATIVIDADES

Para além dos eixos propostos, convidamos as organizações e movimentos do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo a contribuírem com propostas de atividades auto-gestionadas. Estas poderão ter caráter de debates, plenárias, fóruns de articulação, exposições, projeções, banquinhas ou atividades culturais.A data limite para o envio de propostas é 7 de março de 2010.
A incrição de atividades deve ser feita através do preenchimento do formulário FÓRUM SOCIAL URBANO - PROPOSTA DE ATIVIDADE.
A Comissão de Programação buscará contemplar todas as propostas recebidas, dentro dos limites de espaço e tempo disponíveis.

Também serão organizadas visitas e tours guiados para permitir o contato direto com realidades urbanas pouco conhecidas, como manifestações culturais da cidade e experiências de luta – movimentos comunitários, ocupações, etc.

O LOCAL

As atividades do “Fórum Social Urbano” ocorrerão no espaço do Centro Cultural da Ação da Cidadania Contra a Fome, à rua Avenida Barão de Tefé 75, no bairro da Saúde. Trata-se de armazém portuário edificado em 1871, restaurado em 2002, que hoje acolhe eventos políticos, artísticos e culturais. O espaço tem 14.000 m2, oferecendo amplas condições para a realização de várias atividades simultâneas, colocação de banquinhas, etc. (http://www.acaodacidadania.com.br/templates/acao//publicacao/publicacao.asp?cod_Canal=3&cod_Publicacao=6)

O local do Fórum Social Urbano encontra-se a 300 metros do local onde transcorrerá o FUM, facilitando a circulação de todos os participantes entre os dois eventos.

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