Por ANTI-GLOBO 26/12/2009 às 17:32
No início de 2007, os/as usuários/as de ônibus de São Paulo foram pegos de surpresa. Quem entrava num ônibus e pretendia chegar ao seu destino com segurança, respeito e rapidez, recebia uma propaganda do Mcbacon, uma porção de videoclipes de grandes gravadoras e um bocado de "pegadinhas" e "videocassetadas".
Começava aí o ataque em massa dos interesses privados sobre o espaço público e o tempo coletivo na autodenominada "Cidade Limpa". O site da empresa responsável pela instalação dos televisores nos ônibus e pela transmissão do sinal deixava bem clara a vantagem do sistema: "Audiência cativa pelo período médio de duas horas por dia", "único canal sem risco de zapping", "foco único de atenção a bordo dos ônibus".
Após um curto período de teste, o sistema foi expandido. Outras empresas de transmissão entraram no negócio e novas concessionárias de transporte instalaram televisores sobre a cabeça de seus usuários.
Leia a matéria completa.
Relacionado: [SP] Protesto Anti-Globo nos ônibus da capital | Publicação do Diário Oficial: delega à SPTrans a competência sobre as TVs nos ônibus de SP | Militantes do MPL protestam contra aumento nas tarifas e pela tarifa zero dentro da Secretaria de Transportes
Numa época de queda geral de audiência, a novidade vinha bem a calhar com os interesses das grandes emissoras do país. Com uma massa de pessoas confinadas diante de telas de televisão exibindo uma programação incessante estaria instituído o fim do controle remoto, o fim da ida ao banheiro, o fim do botão "desligar".
Foi, então, em 2009, que o sequestro dos olhares se consolidou. A Rede Globo, um dos maiores oligopólios de mídia do mundo, entrava no jogo. A teleidiotização dos cidadãos de São Paulo estava, finalmente, garantida.
Hoje, todos os dias, em centenas de ônibus da cidade, capítulos legendados das novelas e outros enriquecedores programas da Globo acompanham todo cidadão que, dentro do busão, revolta-se com o trânsito de carros parados e a qualidade do serviço de transporte mais caro do país.
Contra esse ataque a nossas mentes, contra a privatização do espaço público, contra a priorização do transporte privado motorizado e contra o avanço da comercialização de um direito, protestamos!
Fonte: http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2009/12/461684.shtml
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2010
(40)
-
▼
janeiro
(10)
- Casa Afro Caribenha. Ile Ifé. AfroCuba.
- Televisão no meu busão, não!
- Não é ajuda humanitária, é ocupação militar!
- Os pecados do Haiti (por Eduardo Galeano)
- Programa Nacional de Direitos Humanos
- “A ajuda internacional não se vê, não se come nem ...
- Tele-Sur - Canal de TV pela internet sobre a Améri...
- Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência
- SOLIDARIEDADE AO POVO DO HAITI
- Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
-
▼
janeiro
(10)
Nenhum comentário:
Postar um comentário