quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

CCEMP QUER DISCUTIR NOVOS MUSEUS DO RIO

O CCEMP solicitou ao Fórum de Cultura e Comunicação da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, a abertura de um espaço para debates sobre os projetos dos novos museu em instalação no Rio. Esses museus, como parte do investimento cultural que a cidade vem fazendo, estão sendo implantados sem que haja uma participação dos profissionais e estudiosos da área da cultura, do patrimônio, da museologia. Apesar de alguns deles estarem sendo implantados por corporações, existe um forte investimento de dinheiro público nesses projetos. Não existe transparência nesses casos.

O caso do Museu da Imagem e do Som, pertencente ao Estado do RJ, é um bom exemplo. Ele está baseado em uma concepção totalmente voltada para o turismo, projeto onde os estereótipos são a tônica de um discurso contestável, baseado no que é "ser carioca". No seu subsolo, será instalada uma boate com capacidade para 60 pessoas. Será que essa boate foi a maneira encontrada de "preservar" a memória da edificação anterior, um conhecido reduto de prostituição e tráfico de drogas?
Ah, teremos também um terraço panorâmico que será alugado para festas, formaturas, casamentos, etc... Qual a classe de pessoas que vai poder pagar por um espaço desses, à beira do mar de Copacabana?

Em notícia publicada hoje, a página do MIS informa que "o projeto de curadoria do MIS ficou a cargo do jornalista Hugo Sukman, que conta com o auxílio da diretora de cinema Daniela Thomas, para dividir o espaço em três grandes áreas: “Galerias de Exposição”, “Centro de Documentação” e a chamada “Fábrica de Memória”."


Diz ainda que "a implantação do Novo MIS, uma parceria da secretaria de Estado de Cultura com a Fundação Roberto Marinho, está orçada em R$ 70 milhões. Desta quantia, o Governo destinou R$ 18 milhões para a desapropriação do terreno, desocupado no último dia 9 de janeiro. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2012. O projeto arquitetônico leva a assinatura dos arquitetos norte-americanos Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio, vencedores de um concurso internacional realizado em agosto de 2009, cuja execução terá o apoio do escritório brasileiro do arquiteto Luiz Eduardo Índio da Costa."  A Fundação Roberto Marinho também é responsável pelo Museu do Amanhã, cujo orçamento não se sabe ao certo, e o Índio da Costa já foi sub prefeito da Barra da Tijuca e vice na chapa do Serra, lembram?

E a Reserva Técnica do Museu? Vai ficar aonde? Em algum lugar que ainda não se sabe, mas provavelmente na área do Porto, segundo relatou Rosa Maria Araujo, Presidente da Fundação Museu da Imagem e do Som,  na cerimônia de inauguração do curso de doutorado em Museologia e Patrimônio da UNIRIO/Museu de Astronomia. Segundo ela, não há necessidade da Reserva ficar no Museu, qualquer coisa manda-se buscar o documento ou obra na Reserva, a alguns quilômetros de distância...

Aliás, para que Reserva, não é mesmo? Com todos esses questionamentos no ar, o silêncio sobre o assunto é de uma solidez e dimensões incompreensíveis.

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